segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

o chico, a lapa e o álcool

eu já sabia que a ida ao rio de janeiro iria trazer de volta as melhores lembranças dos últimos meses. recordações de três dias em que abandonei o mundo lá fora e fui imensamente feliz no universo particular. mas, o rio é o rio e não dá para ir tocando os dias sem dar um pulo por lá. de quando em vez a calanga do cerrado precisa de respirar maresia para continuar a toada....bom, sendo assim, pro rio de janeiro eu fui. o sol não me deu as boas vindas. manhã nublada e o cristo coberto pelas nuvens. logo cedo, eu e as meninas fomos bater perna nas lojinhas da nossa senhora de copacabana e ver as pessoas passando pelas ruas....muitas velhinhas mal humoradinhas....outras mais sacudidas e com astral melhor...como estava frio para os padrões cariocas, as moças estavam mais cobertas...bom, o propósito da viagem foi ver o chico. nove da noite estávamos em comitiva na porta da casa de show...todo mundo bonito e perfumado...afinal das contas, ver o chico é um evento...quase que nem um baile da cinderela...logo surge ele no palco. roupa escura, corpo magro, cabelo cinza e aquela voz do chico...por duas vezes, a maré dos olhos encheu e jorrou água...uma por conta da saudade recente de ser a pequena...a outra foi ao ver a lelê chorando....ao final, abandonei a pompa e a cerimônia e no bis virei tiete do gargarejo...encantados, caminhamos até a lapa, onde se deu início a uma maratona etílica....péssima ideia....a combinação saudades, chico, lapa e álcool é demasiada para qualquer freguês e mais grave ainda para quem acabou uma história antes do fim do amor....como diz meu amigo, maurício, celulares deviam vir com bafômetro...o sinal tinha que sumir a qualquer cheiro de álcool...por isso, fica um bom conselho: se o coração está apertado, fique bem longe das lembranças, do chico, da lapa e do álcool....a dor encapsulada volta que volta!!!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

sem adeus

afogado em uma pilha de pedras, tijolos, poeira e entulhos, um moço de 34 anos deu conta de pegar o celular e ligar para a namorada. foram apenas duas palavras: oi, amor. depois disso o mais completo silêncio. nem mais um sinal. o amor ficou mudo. a moça não conseguiu se despedir. não foi dada a ela a oportunidade de confessar ao homem amado o tanto que ele significava para ela. restou apenas o silêncio. mentira, sobrou também uma dor enorme. a dor maior do mundo que nem ela sabe medir. muito politicamente incorreta que sou, quando  informada da morte de alguém, pergunto se o morto havia avisado que estava para partir. faço isso por acreditar que quando temos a chance da despedida, os rompimentos são menos violentos. podemos sentar e dizer ao ser amado todas as palavras de amor que economizamos por vergonha, mesquinharia, ou, simplesmente, porque o amor era a rotina. quando sabemos que aquela vai ser a última vez, podemos guardar na memória o último beijo. será que a moça do rio de janeiro se lembra como foi? um selinho de oi, ou um de perder o fôlego. conscientes do fim soprando na nuca, a última vez do amor pode se transformar quase numa oração. ah! se a gente soubesse que nunca mais, talvez faríamos tudo diferente!! tudo muito melhor!!! nada mais triste do que histórias de amor que terminam antes de acabar o amor....oi, amor.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

aquele beijo

mais eficiente do que a digital do polegar é o beijo. tal qual as marcas do dedo, ninguém beija igual. cada beijo é um beijo. cada um gosta de beijar de um jeito e gosta de ser beijado de uma maneira. tem quem goste de beijos tranquilos. mesmo quando intensos, tranquilos. beijos que começam só no encosto dos lábios e aos poucos vão ganhando a boca inteira. mas, nem por isso menos tranquilos. há quem goste  de beijos sem a língua invadindo cada espaço do ser....beijos que não deixam a bochecha ou a ponta do nariz molhados. beijos focados...beijos na boca, apenas na boca....e há os beijos de só  uma noite. aqueles beijos que não vão bisar. ninguém vai se levantar por eles e pedir que voltem à cena. há, por outro lado, beijos que não querem parar de beijar...beijos que quando você sai de perto da outra boca, tudo que o beijo quer é rever a tomada, repetir o ensaio, até que se alcance a perfeição. e assim como há beijos de um só, há aqueles que teimam em querer ser pela vida inteira, tal qual o amor até o fim dos tempos. o que diferencia um casal que orna de outro que não? os beijos, é claro...os casais que ornam sabem, sem treinar, sem ensaiar, sem combinar previamente qual o jeito certo de beijar...mas, o que não funciona de jeito algum é beijar alguém quando se quer beijar outro alguém, mesmo que na testa...quem sabe uma hora isso passa...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

to change or not to

mudei meu vídeo de cabeceira.....bom, isso não é bem verdade. o que fiz foi adicionar mais um. e foi pacote completo: dvd e cd com a trilha sonora....para variar é mais uma comédia romântica. adoro o estilo, mas os filmes têm que ser melhorzinhos do que a média...a maioria é ruim demais da conta...bom, o favorito do harém nesse momento é  "ps i love you". me reapaixonei pela história numa dessas tardes chuvosas de janeiro de brasília nas férias. uma zapeada e lá estava o gerard butler tentando devolver a vida a hilary swank, cuja alma havia morrido junto com o homem amado. mas, o que me seduziu ao ponto de eleger o filme para a categoria cabeceira foi a passagem em que ela diz a ele que  a partir daquele momento as vidas dos dois nunca mais seriam as mesmas. é incrível como acontecimentos tão inesperados ou simples acasos têm a competência de transformar nossas vidas para todo o sempre. quem diria que aquele beijo roubado num final de noite e com você ligeiramente embriagada poderia virar uma linda, porém triste história de amor? como pode ser possível que o amor da sua vida pelos próximos minutos ao menos, seja aquele sujeito sentado ao seu lado e para quem você nunca deu a menor bola? ou é razoável sua existência ser totalmente revirada por uma mensagem no celular do alheio, ou uma aprovação completamente pouco razoável em uma prova? o comum de todos esses acontecimentos é que nenhum era esperado e pimba!!! mudaram a minha vida!!!! como não poderia ser diferente, cada uma dessas histórias veio junto com prazer e com dor. afinal das contas, mudar dói pacas!!! de repente trocar suas convicções mais firmes por uma paixão!!! a cabeça questiona 24h por sete. não tem um minuto em que você não se pergunta "what a fuck?" o pior é que nesse turbilhão de questionamentos, você deixa de perceber a mágica do inesperado. como o destino agiu alheio à sua vontade. e como a vida fica muito mais engraçada assim!!! minha vida nunca mais será a mesma depois de você e que bom que não!!!