quarta-feira, 28 de julho de 2010

o meu casa

não sou uma pessoa muito horoscopada. não sou zen e basicamente acredito no homem e na ciência. não creio em milagres. mas, dizem os entendidos nas forças astrais que quem nasce em julho e, portanto, é do signo de câncer, é muito ligado na casa e se dedica muito em tornar a sua morada o canto mais aconchegante da terra. pois é. eu sou assim. eu adoro a minha casa. dedico tempo e dinheiro para fazer dela o melhor lugar do mundo para mim e para os meus. ter uma casa está, portanto, na lista das cinco mais importantes coisas da vida. eu nunca tinha tido uma casa só minha ninguém tasca que eu vi primeiro. ou eram alugadas ou eu tinha sócios - banco e ex-maridos. isso até segunda-feira. tá certo que eu devo até as calcinhas. vi no tuíter que hoje é o lingerie day. e não é que até as minhas estão penhoradas! mas, nem te ligo farinha de trigo. tirei dinheiro daqui e dali. quitei o banco. comprei a outra parte e fui ao cartório pagar a escritura. para completar a arte, a casa está cheia de pedreiros ajeitando o que havia a ser consertado. dinheiro para pagar a obra? claro que não tenho, mas absurdamente tranquila que ele há de vir. sempre vem. o que interessa, agora, é que depois de quatro décadas - mentira, porque eu fiz 38 - eu tenho a minha casa. como dizia o lucas: o meu casa. e o melhor é que eu sei que essa casa não é importante só para mim e pros meus dois. faz parte da história dos bortonis dessa banda de cá. é a casa da nossa família, o lugar onde a gente se reúne. me lembro de uma época em que meus avós moravam numa casa em são lourenço que parecia com um trem. era comprida e estreita. quando íamos todos para lá, os quartos eram ocupados pelos adultos e a criançada se ajeitava nos colchões. os que não saíam ou os que chegavam da balada mais cedo escolhiam os melhores lugares para esticar o esqueleto. teve noite que eu coloquei o colchão embaixo da mesa, por falta de espaço. mas, feliz da vida, porque estávamos todos juntos. é essa a ideia. a nossa casa é a sua casa. sinta-se à vontade, porque mesmo se tiver que dormir embaixo da mesa, a certeza é que aqui é um lugar de gente boba e feliz! ah!, dona bel. eu virei gente grande na segunda, porque, finalmente, eu tenho meu casa!

domingo, 25 de julho de 2010

a dona e o mar

acabei de ler um tuiter do carpinejar, dando conta que as mulheres só comemoram até o décimo-sétimo aniversário. depois dos 17, não há mais o que festejar. aniversários significam simplesmente um ano mais velha. ótimo!! significam também, é claro e antes que eu leve um puxão de orelha, que estou bem viva..e convenhamos que não fazer aniversário é o pior dos cenários. esse texto ia se chamar a velha e o mar, mas ia ficar muito na cara o meu emburramento com mais um ano que passou. mesmo porque tomei a decisão de roubar uns dois ou três anos. pensando, inclusive, em falsificar uma certidão de nascimento. o assunto, porém, é o mar. cheguei há pouco da praia. fui para maragogi. praia e mar lindos, calmos, tranquilos. pousada quase vazia, sem internet e tv a cabo. resultado: água, longas caminhadas, muito livro e muito sono. perfeito, quase. claro que o amor da minha vida poderia estar ao lado, mas como eu não tenho a menor ideia de por onde ele anda, decidi ir aproveitando os dias até quando ele decidir dar o ar da sua graça. decisão acertadíssima, porque não tem o menor cabimento - acho eu - ir ao mar e não se permitir o encantamento. tem algo mais perfeito que o mar? o ir e vir da água. o mar traz para areia um monte da sua vida e da sua morte e da areia carrega outro tanto. um ir e vir que não para. a troca quase que instantânea. o ideal, acho eu. imagina a vida que nem o mar. cada onda é uma história. nenhuma é que nem a outra. é o novo que se renova a cada minuto. apesar da distância que nos separa, o mar faz parte de mim. vai ver por isso que resolvi, nos últimos anos, que já que não há outro jeito, e a folhinha do calendário vai virar, que as velinhas da velhinha sejam sopradas também por meu amigo. a dona e o mar!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

já volto...

os dias não andam muito inspiradores.....sem inspiração...sem textos...mas, vou tentar encontra-la. quem sabe não está perdida no campo de girassóis...

domingo, 11 de julho de 2010

daqui mais de 1,5 mil 3x15

aos 15, eu tinha três certezas: o mundo acabaria no ano 2000, que nem assegurou nostradamus, eu casaria virgem de marré de si e aos quarenta eu seria que nem a dona benta do sítio do pica-pau amarelo. muito que bom. os quarenta chegaram e nenhuma das minhas previsões se concretizaram. ainda bem que virei jornalista e não cartomante, porque com toda certeza do mundo, seria um fracasso como previdora do futuro. aliás, mudando totalmente de assunto, morro de medo quando vejo cartazes de cartomante: trago o seu amor de volta...fico pensando: faço um feitiço pro sujeito voltar...e se eu mudar de ideia...o que mesmo que eu faço com o estupor enfiado aqui em casa e que não me larga de jeito nenhum, porque fiz bruxaria...por essa e por outras que fico bem longe das forças ocultas. mas voltando ao meu fracasso como uri gueller, nada do que eu achei que seria, é. já estamos há dez anos do 2000 e necas de catibiriba, quanto à previsão do meio, é melhor não tecer comentários. mas, na verdade, é a última que tem me tirado o sono e se tornado responsável por tufos e tufos de cabelos brancos que teimam em brotar por todo canto. tudo bem que estou às vésperas do aniversário e desde os 25 que, simplesmente não consigo achar a menor graça nessa conversa. se bem que sendo muito franca, nunca curti muito. sou do meio de julho. período em que todo mundo do mundo está de férias e por isso o público, inclusive o não-pagante para as festas, sempre foi muito tímido. imagina brasília nos anos oitenta...todo mundo do mundo viajava nas férias...quem ia mesmo na festa de aniversário da dona larissa? mas, dos 25 adiante, o que começou a me encafifar de verdade foi a chegada do fim. o mais grave é que acho que hoje sou uma pessoa muito melhor do que os 20 ou aos 30. admito que já fui uma coisa medonha...encrequeira, briguenta, com o ego inflado, insegura, tássia...um horror. hoje, só entro em dividida quando não tem outro jeito ( dou um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não entrar de jeito nenhum), o meu ego desidratou total ( hoje já sei bem o que sou e o que não sou) e só arranjo encrenca quando não tem outro jeito. sei bem qual o meu número de sapato e roupa. em suma, sou e sei que sou uma pessoa melhor. acredito que isso seja resultado da tal maturidade que vem com os anos. mas, a tal traz consigo uns efeitos colaterais que eu, simplesmente, não consigo me conformar com eles.o metabolismo não é mais o mesmo. o rosto e o corpo estão envelhecendo. enquanto isso, a minha alma está lá, apesar de mais sábia, absurdamente nova e cheia de vontade de viver...e aí? acabei de ouvir: a alternativa é a morte. qual é, meu irmão? me venha com uma proposta mais razoável! não tenho o menor plano de morrer. gosto de ficar por aqui, mas queria um plano b. queria um jeito que meu corpo acompanhasse a minha alma. e aí? alguma ideia?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

os que chegaram

desde pequena que ouço dizer que meu avô teve um filho antes de se casar com a minha avó. ele era muito novo quando isso aconteceu e esse menino nunca virou meu tio. ah! é preciso esclarecer que isso tudo se deu lá pelos anos trinta. eu tenho uma lembrança, que aliás, não sei se é lembrança ou é algo que eu acho que aconteceu, que um dia, quando meus avós moravam no rio de janeiro, lá no flamengo, esse moço apareceu para visitar. acho que isso ocorreu. muito que bem! não é que dia desses, graças às redes sociais da internet, a filha do filho do meu avô achou a minha mãe. trocaram e-mails e tais. eu, muito das intrometidas e invejosa, me aproximei da moça que, aliás, é minha prima. trocamos mensagens e emeesseenes da vida. e por incrível que pareça fiquei super amiga da filha da minha prima, que é uma menininha danada de esperta, de nove anos (eu acho). contei essa história toda, por conta da minha reclamação com o revés. para que não se lembra do banco imobiliário, é assim: sorte - você ganhou na sena, ande dez casas e pegue dez mil no banco. ou revés - a sua filha vai se casar com o cafajeste que conheceu no bingo e você vai ter que pagar pela festa: entregue cinco mil dinheiros ao banco. pois é. ando muito reclamona que quando eu jogo os dados, o meu pino anda caindo sempre na casa do revés. mas, aí me lembrei que dia desses eu conheci essas pessoas. gente que chegou à minha vida e que eu gostei que elas tenham chegado. pois é. desta vez, o dado me levou para a casa da sorte!

domingo, 4 de julho de 2010

o adeus

a televisão mega blaster moderna que até tem conversor digital (sabe-se deus lá porque isso é importante, mas me garantiram que é) só chegou aqui em casa umas duas horas após a laranja mecânica ter mostrado para o dunga e companhia bastante limitada como se disputa uma copa do mundo. lá fomos nós montar a telona, porque tem isso também. televisões modernas não vêem prontas para serem usadas. tem que montar o pedestal. só que essa operação mostrou que eu era (não sou mais) um ser carente de chaves de fenda. no mesmo dia, diga-se de passagem, descobri que aqui em casa não tem bule nem açucareiro (vou providenciar). baixou uma rápida depressão devido à minha incompetência como dona de casa, mas já passou. hoje, chaves de fendas compradas, a televisão foi montada e funcionou. aí, tinha que pensar no programa de estréia. afinal, eu devo ter sido um dos últimos moicanos a ter uma lcd e já que fiz a arte de comprar uma em doze prestações sem juros, precisava estender um tapete vermelho para o avant premiere. devia de ser com um programa que eu adoro. pensei em um lugar chamado notting hill, meu filme predileto, mas acabei em gilmore girls. fútil e bobo? pode ser! mas eu simplesmente adoro a história da mãe e filha que podem ser mais do que mãe e filha. peguei o último episódio da série. formada em yale, rory é contratada para cobrir a campanha do barack. é chegada a hora de as duas se despedirem. a menina tava ganhando o mundo e à mãe restava a felicidade de ver a filha virar gente grande. ao mesmo tempo, uma dor enorme por ter que dizer adeus. assim como aconteceu nas outras vezes que vi esse programa, me acabei de chorar. simplesmente não conseguia parar. e eu sei bem o motivo de tanta lágrima. eu não sei me despedir. eu não sei dizer adeus. as despedidas sempre são motivo de dor. antes de começar a martelar as teclas desse  texto, me lembrei de três cenas em que isso ficou bem claro. aos 16 anos, me apaixonei perdidamente por um primo. ele devia ter o dobro da minha idade e morava em outro estado. casado, renca de filho e bispo do daime. e eu totalmente apaixonada. o resultado da brincadeira: eu sentada no meio fio da rodoviária, em prantos, logo após ele ter ido cuidar da vida. por anos, guardei uma camisa verde militar que ganhei naquele dia. levou um tempão para eu me recuperar desse adeus. anos depois, já gente grande. assisti uma mãe e uma avó dizendo adeus para um filho e um neto morto. a dor das duas é impossível de ser descrita. a dor maior do mundo. a terceira tem como personagem meu filho. ele devia ter uns onze anos, quando, voltando pra casa, recebi num sinal a propaganda de umas kits que seriam construídas no bairro. li, achei razoavelmente barato e comentei como ele: bem que a gente podia comprar uma, né? ele olhou, pensou e respondeu na lata: não precisa não, porque não estou pensando em sair de casa tão cedo. claro que não confessei, mas ainda bem! que bom que nem você, ou seu irmão pretendem sair de casa tão cedo! eu não aprendi dizer adeus!! quer saber!! vão ficando por aqui mesmo, tá!!!

sábado, 3 de julho de 2010

a copa e eu

sem medo de errar, essa foi a copa do mundo mais esquisita da minha vida. mesmo quando o escrete canarinho não me empolgava muito, como em tempos de lazzaroni e zagalo, eu me animei um pouco mais. combinei com amigos de ver jogos juntos, fui a bares. enfim, eu vestia a camisa amarela. dessa vez, nem dei tchum. para falar a verdade, com exceção de um jogo, o primeiro, eu dormi em partes dos demais. hoje, por exemplo, não vi os dois gols holandeses que mandaram o brasil de volta pra casa. acordei quando faltavam uns quinze minutos para acabar o sofrimento e me embolei com o andré para ver o restinho. e ele me mandando calar a boca: por isso que eu gosto de ver jogo sozinho...para não ter ninguém ao lado enchendo o saco, resmungava o moleque. antes de ele perder a paciência, e com a impressão que o placar não ia se mover, eu catei meu livro...mas, por que o desânimo? confesso que não estou no melhor momento pessoal da vida. somado a isso, uma das pessoas que mais amo no mundo, está triste de marré de si e eu, simplesmente não consigo ficar muito pimpona quando pessoas amadas estão sofrendo. coisas de cancerianas, podem dizer os experts nos astros, mas eu prefiro crer que é jeito da larissa mesmo. mas, a minha implicância vem de antes de começar a copa. simplesmente não bateu! que nem o pintinho: não estou sentindo nada...não sinto minhas asinhas, não sinto meus pesinhos, não tô sentindo nada. foi assim. a seleção do dunga não despertou em mim qualquer emoção e passei a tarde toda de hoje pensando nisso! o que aconteceu para eu trocar de mal com o time? agora pouco descobri. eu não dou conta de me empolgar com o excesso de cedeéfice...não é viável uma seleção do brasil sem ter a cara do brasil. não somos um povo cdf. somos um povo sério, trabalhador, mas gostamos de samba, de sexo, de rock and roll! o brasileiro não é o dunga. o brasileiro é a malandragem do romário, as pernas tortas do garrincha, a genialidade, mas a ginga do pelé, a vantagem do gerson, o mau humor do felipão...vai me desculpar, mas sem esse tempero...é que nem alface. é isso...a seleção do dunga é que nem alface!!!