terça-feira, 30 de março de 2010

quando eu entendo os motivos...

acho que não há quase nada que eu odeie mais do que ir ao banco. a invenção dos caixas eletrônicos e das transações pela internet é, pelo menos para mim, tão boa quanto o ácido acetilsalicílico. com esses dois instrumentos da vida moderna, eu levo a vida praticamente sem ter que colocar os meus pés em uma agência bancária. não tenho a menor ideia de qual é o aspecto do meu gerente de conta. se é feio, bonito, alto, gordo. nunca vi. os cartões de crédito também encomendei pela internet. e assim a vida segue muito bem. só que, vez em quando, e, infelizmente, não há saída. não só tenho que pisar com meu all star numa agência, como tenho que negociar com o gerente. a minha implicância tem motivos óbvios. a relação com bancos só tem um vencedor e nunca sou eu. de qualquer jeito, vou me dar mal. mas, se não tem remédio, remediado está. eu preciso pegar um dinheiro emprestado para pagar o meu empréstimo imobiliário e assim, me livrar, de uma vez por todas, de um sócio indesejável. há um tempo, recebi um e-mail do tal gerente de conta, propagandeando que como eu sou boa cliente, ao invés de juros mensais de 1,60, para mim seria a bagatela de 1,33. muito bom...liguei pra ele e para o meu espanto e para reforçar a minha certeza de que quanto mais longe de bancos, melhor, o gerente do banco do brasil me disse que para fazer 1,33 ao mês, eu teria que oferecer ao banco alguma segurança. como assim? pergunta a moça. bom...para pagar juros menos extorsivos, eu teria que fazer um seguro de vida e...pasmem: o principal beneficiário do seguro é o banco...ah, tá. mas se eu fizer com os juros de 1,60 mensais, eu tenho que dar algum tipo de garantia? fazer algum seguro? não! neste caso, não é preciso. é bom esclarecer que trata-se de um crédito consignado - com desconto antes mesmo de o meu salário pingar na conta! ah! deixa eu entender: eu corro mais risco de vida se eu pagar juros menores? não é bizarro! liguei para outro banco e consegui por 1,4 mensais. pelo menos este foi o papo da moça. mas, fala a verdade? eu não tenho razão? drogas: tô fora!!! bancos: tô fora!!!!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

tá batendo bola com o garrincha

o botafogo e eu…

armando nogueira

amar um clube é muito mais que amar uma mulher. e eu sigo à risca o conselho do mestre. ao longo da vida, já me casei, troquei de namoradas, sei lá, dezenas de vezes. outras tantas fui trocado por elas, mas a recíproca não está em jogo, agora. jamais trocaria o botafogo, nem por outro clube, nem por nada, neste mundo.guardo até hoje, íntegro, o sentimento do primeiro encontro. foi na cozinha da casa da minha mãe, enquanto a própria passava roupa, na noite de 21 de junho de 1989. tinha eu apenas dez anos, e não estava muito interessado com aquele time, do goleiro ricardo cruz ao atacante maurício, todos eles jogadores medianos, mas todos traziam no peito uma estrela de cinco pontas, radiosa como a luz daquela noite iluminada.o jogo era, pra se esperar, botafogo e flamengo. decisão do carioca daquele ano.naquela época, até então, o botafogo ainda não tinha me enfeitiçado, apesar de eu já ter desfilado anteriormente com o manto alvinegro por “ordem” do meu pai. eu tinha tudo pra não ser botafoguense: meu pai tinha recém separado da minha mãe, o botafogo vinha de mais de duas décadas em sua história sem a conquista de um único título, e os times do momento corinthians, são paulo, e o próprio flamengo, encantavam o país.a partida teve inicio e eu da cozinha sentia que aquela noite entraria definitivamente em minha história. o maracanã estava lotado com mais da metade do público presente trajando rubronegro. comecei a ver o jogo como mero espectador, mas o destino resolveu me dar a cartada final em meu coração, pois aos 21 minutos do segundo tempo me veio a revelação com o gol de maurício. meu coração transbordou, meus olhos encheram-se de lágrimas, e eu, enfim, me apaixonei.hoje, quase vinte anos depois, eu me pergunto, por mera curiosidade, por que será que não escolhi torcer pro flamengo? afinal o flamengo era o time mais querido do brasil. dava ibope torcer pro flamengo. tinha uma constelação de craques, de zico a junior o time era um assombro. era certeza de alegria pela frente. eu, no entanto, resolvi trocar o certo pelo duvidoso. afinidades eletivas, meus amigos. premonição, talvez. enfim, coisas do coração, pois no final do jogo era o botafogo que dava a volta olímpica no maraca, campeão invicto.ali nascia minha grande paixão, apesar de que o botafogo nem sequer sabia da minha reles existência. não sabia, nem precisava saber. o futebol é assim: desperta na pessoa um sentimento virtuoso que transcende a amizade, que vai além do amor e culmina no santo desvario da paixão. tem de tudo um pouco, porém, é mais que tudo. torcer por uma camisa é plena entrega. é mais que ser mãe, porque não desdobra fibra por fibra o coração. destroça-o de uma vez no desespero de uma derrota. em compensação, remoça-o no delírio de uma vitória.o botafogo tem tudo a ver comigo: por fora, é claro-escuro, por dentro, é resplendor; o botafogo é supersticioso, eu também sou. o botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial. seu símbolo é uma entidade divina. feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. por isso é que o botafogo está sempre no caminho certo. o caminho da luz. feliz do clube que tem por escudo uma invenção de deus.

estrela solitária.

o torcedor do botafogo tem um coração repleto de memoráveis cintilações: convivem, na mesma estrela, craques que não só nos orgulharam, botafoguenses, mas toda a nação brasileira, de heleno de freitas à túlio maravilha, passando por outros tantos, como garrincha, didi, quarentinha, maurício, etc, etc…da cozinha de casa naquela noite de 1989 até os dias de hoje foram muitas as lágrimas, tanto de desespero quanto de fulgor. o botafogo tem o dom de me levar do inferno ao paraíso, e vice-versa. ele é como eu: é preto no branco, é 8 ou 80. somos assim, ou é agonia ou é êxtase.o botafogo sou eu mesmo, sim senhor!

domingo, 28 de março de 2010

a minha nova vizinha

pode parecer ridículo, provavelmente é totalmente ridículo, mas eu morro de medo de coruja. e tenho uma boa razão para isso. há um tempão, quando eu ainda morava no apartamento, o meu irmão, que assim como eu, trava uma guerra sem fim com a balança, largou lá em casa um potinho com remédio para emagrecer. era daquelas fórmulas malucas entupidas de anfetamina, que os médicos malucos gostam de receitar. era um domingo e o potinho insistia em me encarar. daquele jeito....me abre....toma um remedinho...você vai miraculosamente ficar vinte quilos mais magra em trinta minutos. era que nem o gênio da lâmpada, que iria atender a três desejos meus. não resisti e um comprimido desceu garganta abaixo. isso, apesar de eu ser careca de saber que o meu corpo simplesmente detesta esses remedinhos que mexem com o cabeção. muito que bom. era domingo e eu tinha que levar o tony tornado para passear. lá fomos nós e a medida que ia caminhando pelo eixão (para quem não sabe é uma rua bem largona que corta brasília) a droguinha começava a mostrar ao que veio. o asfalto estava ondulando - subia...descia..., eu completamente tonta e o pobre do tony meio desentendido. até que no meio da minha viagem anfetamínica, duas corujas daquelas que fazem ninho no chão resolveram atacar a mim e ao tony. e eu, lá, completamente doidona e as corujas futucando a minha cabeça e tentando pegar o pobre do cocker. tá certo...se eu não fosse maníaca com dieta eu não ia estar alucinando e daria conta de me defender, mas não deu. o resultado da peripécia é que fiquei com uns furinhos no couro cabeludo e com pavor e pânico de coruja. só que de uns dez dias pra cá, uma amiga desta coruja que me atacou resolveu ser minha vizinha aqui em casa. na primeira vez que eu a vi, ela estava almoçando um calango na viga da garagem. isso quando eu tinha que pegar o carro. quase perdi a hora de bater o malfadado ponto. ontem, lá tava ela toda...toda na antena da televisão e hoje, em pleno domingão à tarde, o telefone tocou e eu fui atender. onde que ela estava? bem na janela da sala...e olhando pra mim com aqueles olhões de coruja. simplesmente não passei perto da janela, até que ela resolveu voar. mas continua por perto, porque toda hora eu ouço o grito corujal. muito bom...acho que ela gostou da vizinhança e quer ficar por aqui. é uma coruja do mst, na tentativa de invadir meu latifúndio improdutivo. acho que vou ter que apelar para a kátia abreu. ah! e não me venha você lembrar a musiquinha do vinícius: corujinha..corujinha..que peninha de você...peninha uma ova!!! eu não quero ser vizinha da coruja!!!

carta pro rodrigo

em 1982, o brasil tinha o melhor time desde a conquista de 70. eu sei que você deve saber a escalação de cor e salteado, mas vamos lá. do meio campo pra frente: cerezo, sócrates, falcão, zico, éder, serginho. no banco, telê santana, que dizem os entendidos de futebol era bom de armar ataque, mas ruim na defesa. nisso eu concordo, porque ele deixou de fora o paulo sérgio, que catava muito mais bola do que o titular waldir péres (além de ser do botafogo e lindo de marré de si). todo e qualquer brasileiro tinha certeza que depois de doze anos, a copa do mundo seria nossa de novo. só que não contávamos com um carcamano fedaputa que meteu três gols e o canarinho meteu o rabinho e as asinhas alquebradas entre as pernas e voou de volta. você não tem a noção do tamanho da tristeza e da desolação. o time era muito bom. a crença na conquista era enorme. logo após a derrota, o drummond escreveu a crônica perder, ganhar viver. o fim era assim: eu gostaria de passar a mão na cabeça de telê santana e de seus jogadores, reservas e reservas de reservas, como roberto dinamite, o viajante não utilizado, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. ora, o Telê! ora, os atletas! ora, a sorte! a copa do mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. nem o brasil, com suas dores e bens. e há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos. em 1986, o time estava meia bomba e já pressentíamos que não iria dar. até o zico perdeu penalti. em 90, um tal de lazaroni assumiu a seleção. aí que danou-se tudo mesmo. mais chororô nas ruas...mais desânimo...mais vontade de entocar a viola no saco, mas a esperança sempre renasce. em 94, chegamos aos estados unidos com um time liderado pelo baixinho, e apesar da irreverência romariana, o futebol era considerado burocrático, besta, sem muita imaginação. o dunga, pobre dunga...apanhava até. mas, não é que outro carcamano - desta vez muito gentil - errou a mira e o caneco desembarcou nas terras das palmeiras onde o sabiá canta. a vida é que nem a copa. às vezes a gente ganha. em outras a gente bota o rabinho entre as pernas e vai chorar as pitangas. mas, o que não dá é para alongar o tempo de lamúrias, porque como disse o poeta, há um lindo sol lá fora e urge treinar pra copa seguinte. afinal, o bom mesmo é dormir com o sorriso da vitória no rosto!

ia se chamar: a minha velhinha

uma das minhas principais dificuldades na vida é botar título. quantas e quantas vezes a reportagem especial está prontinha da silva, mas completamente anônima e não tem uma santa ideia que eu considere razoável. o resultado é que os nomes são sempre bestas. não foi a toa que dei pros meus filhos nomes de santo e de santos dissílabos. fica mais difícil errar. quanto mais letra tem no nome, maior a possibilidade de uma tragédia. o google informa que no brasil há gente registrada como: aldegunda, arquiteclínio, ava gina e capitulina de jesus amor divino. se bem que ando matutando a ideia de ter outro filho que vai ser o miguel arcanjo, mas sempre tem a chance de eu ser chamada à razão e ficar só no miguel e, aí, fica mantida a tradição de santos dissílabos. todo este conversê, ou nariz de cera, como fala-se no jargão jornalístico, é para dizer que quando pensei neste texto, resolvi que o título seria "a minha velhinha". só que somei, multipliquei e dividi, e me dei conta que não é muito apropriado eu achar que quem tem cinquenta é velhinha. imagina qual vai ser a minha resposta quando eu chegar aos cinquenta e um desinfeliz me chamar de velhinha. não vai ornar. como diz a minha estuporzinha: ô totado!!! pois é, mas tá chegando o dia do meio século e é admirável como ela continua nova. mais do que isso, é que nem bambu. verga, verga, mas não quebra. se ergue. fica de pé. linda e loira. porque, fala a verdade, como é difamada, maltratada, incompreendida, sacaneada, como apanha. é...... brasília, não é fácil ser diferente. a vida é dura, mas assim como eu, tem quem te ama com de força. e ao contrário do que muitos falam, não é nem um pouco complicado amá-la. a cidade é fácil. o céu é lindo! as ruas amplas! as pessoas normais. nem tão feias, nem tão bonitas. quem vive em brasília é normal e de um jeito normal. dia desses eu ouvi isso: ela (a pessoa se referia a mim) quer tanto ser brasiliense, que fica dizendo que nasceu aqui, quando isso não aconteceu. é verdade. eu não nasci em brasília. grandes coisas...e desde quando é preciso ser nativo para amar? brasília me viu menina, depois adolescente, depois gente grande. brinquei de monte debaixo do bloco, depois namorei muito debaixo do bloco. fico imaginando o tanto que os porteiros da vida se divertiram....fui para a escola. fui para a unb. fiz greve, vaiei o bispo. vi o aborto elétrico ensaiando na colina e depois quase tomei porrada no show da legião no mané garrincha. vi a cássia no bom demais e também quase tomei porrada nos baculejos que a polícia que usa roupa preta gostava de fazer naquele boteco. os garçons do beirute me cumprimentam e ficam impressionados com o tamanho dos meninos. afinal, muitos me viram carregando o barrigão. casei, descasei. namorei mais um pouco. casei, descasei. tive filhos no são braz. fui buscar menino no arvense e depois debaixo do bloco. empinei pipa na torre, corri no parque da cidade, levei menino ao zoológico, pulei do trampolim de cima do cota mil, mas nunca tive coragem de pular no c.o. naveguei no paranoá. naufraguei no paranoá. namorei na ermida. minha irmã casou na ermida. fui à missa na dom bosco. comprei túmulo demais no campo da esperança. adoro o sundae de chocolate do giraffas. detesto caldo de cana e pastel. amo dirigir na w-3, apesar de me levar uns dez minutos a mais para chegar ao meu destino. cantei junto com o liga tripa. fui apaixonada pelo duboc, que nunca me deu bola. como é bom conhecer a alma de brasília!


sábado, 27 de março de 2010

a comemoração que me assustou

eu tinha chegado há pouco do show da maria gadú. já tinha gostado do disco da moça e gostei da moça no palco. ela é feinha, pequeninha, com jeito de menino, mas tem um voizerão. e uma coisa meio desajeitada, que dá um pouco de dó, mas que angaria simpatia. meio que a minha mania de me solidarizar com os frascos e comprimidos.... eu estava com ideias pouco cristãs para depois do show, mas não tive culhão para ir mandar ver. tava meio com preguiça e cheia de fome. tomei rumo de casa e como tinha dado download nos velhos e bons seriadinhos americanos, me aboletei na frente da máquina. foi, justamente, na hora que a globonews estava anunciando o resultado do julgamento do casal nardoni/jatobá. ao vivo soube que foram julgados culpados pela morte da menina isabella e vão pegar uns bons anos de cana. junto com a voz do juiz, a imagem mostrava pessoas comemorando do lado de fora. juro que não entendo, pra começar, o que essas criaturas estavam fazendo lá? será que não tinham nada melhor pra fazer? tomar uma cerva com amigos? ver televisão? fazer sexo? ler um livro? ouvir música? caramba...tem tanta coisa melhor pra fazer do que ficar na frente de um tribunal na madrugada de sexta....pois é, mas lá estavam elas e comemorando a condenação! e aí a minha angústia. comemorar por que? da isabella foram roubados uns setenta anos de vida. duvido que a condenação vá diminuir a dor da anna carolina. não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe como é a agonia de perder um filho, mas não acho que o analgésico possa ser a condenação dos culpados. não tem alivium 600 que dê jeito. e olha que esta droguinha é muito mais eficaz pra dor do que a neosaldina. e os dois? não acredito que eles queriam matar a menina. não estou defendendo eles, mas prefiro crer que foi um acidente (mesmo porque já que não acredito em deus, tenho que crer nos homens) e aí com a merda feita (fui procurar no dicionário um sinônimo para fugir do palavrão, mas não teve jeito), eles foram amplificando a cagada. acho que não há nada a comemorar. é uma história em que só há derrotados. ninguém ganhou!

quarta-feira, 24 de março de 2010

poeminha do drummond

eu paquero ele, mas ele não me paquera. o que fazer, se a toada parece o poeminha do poeta em que joão amava teresa, que amava raimundo, que amava maria, que amava joaquim, que amava lili, que não amava ninguém.....posso me casar com j.pinto alves, que não tinha entrado na história, ou posso dizer pra ele: me paquera vai?

"quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: deus te mandou um presente: o amor. por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor." cda

terça-feira, 23 de março de 2010

a dor da gente não sai no jornal

uma vez, há um tantão de tempo, tava reclamando da vida com meu avô. dizia que tudo que eu queria na vida era ser linda e rica que nem a grace kelly (ou qualquer outra que é rica e linda). o vô, lá, ouvindo as minhas bobagens. o meu argumento era que a vida de quem é lindo e rico é muito mais fácil. o seu geraldo ouviu as minhas lamúrias, mas contra-argumentou que ser pobre e nem tão linda - ou feinha, mas ajeitada - ou engraçadinha (cara!!! engraçadinha é foda!!) - tem suas vantagens. olha só, disse ele, pelo menos você vai ter sempre a certeza que nenhum sujeito se aproximou de você por qualquer outro interesse, que não seja você. a pobreza e a economia na boniteza são um antídoto para os bichos escrotos. lembrei do meu avô porque hoje foi um dia que sem um motivo específico baixou a maior tristeza do mundo. os olhos estão em maré alta desde cedo e qualquer cenho franzido é o suficiente para eu ir buscar uns kleenex. decidi dar publicidade à minha tristeza. vai ver conseguia um colo, mas só o que rolou foi a recomendação de ir malhar e liberar endorfina. bom...podia, pelo menos ser outro o jeito da ativação do hormônio. aí, pensei na música do chico que conta a história da moça que tentou contra a existência no humilde barracão. a dor da mulher não saiu no jornal e nem a minha vai. eu que trate de me aprumar. ir correr amanhã. morrer numa grana no salão. ajeitar o cabelo, fazer a unha, comprar uma roupa, dar beijo na boca. enfim.....mas, não é que nisso o vô também tinha razão? compartilhar dor com o resto do mundo não é remédio, mas sim o veneno. imagina o mundo discutindo a sua dor? dando pitaco? se metendo? é....pensando bem...coitada da suzana vieira!

segunda-feira, 22 de março de 2010

o neo homo sapiens masculino

tudo bem. já confessei e volto a confessar que os meus longos anos de casamento me deixaram totalmente destreinada nos quesitos flertar, paquerar, ficar e namorar. mas, tô tentando recuperar a antiga expertise que tinha aos 17 anos. só que para complicar um pouco, as redes sociais da internet se tornaram novos pontos de encontro. quando eu era um pelé na paquera (mentira minha...male....male eu era craque que nem um jogador de meio campo do bangu), eu paquerava na universidade, em botecos, em shows e vez em quando na rua mesmo. só que agora, além disso, tem a tal da internet. dia desses vi um filme em que a mocinha reclamava que antes, tudo que ela tinha que fazer era checar a secretária eletrônica do telefone fixo para saber se o sujeito tinha ligado. agora, além de ficar de olho na mesma velha e boa secretária, tem que conferir o celular, o twitter, msn, orkut, facebook e as três contas de e-mail...fala a verdade, né! um puta de um trampo. mas..já que é assim e eu resolvi que jogo é jogo e treino é treino, vamos lá. mas, nas minhas incursões tenho descoberto que ou os homens estão passando por um processo de emburrecimento ou sempre foi assim mesmo e a tonta nunca se deu conta. nos chats da vida, pelo menos metade dos gajos pendurados na internet à caça é do tipo casado. fico sempre me perguntando onde andam as respectivas mulheres desses sujeitos. será que enquanto as moças dormem, ou fazem a tarefa de casa com os moleques, os desinfelizes resolvem tentar transformar o berimbau em gaita? será que antigamente a metade dos moços que estava nas ruas e era alvo de paqueras, também era casado? bom...a outra transformação e essa eu acho de uma burrice sem tamanho é a abordagem via net. na vida real, como é que funciona. você tá lá dançando no gate's, o moço chega perto, joga uma conversa. se você for com a cara do sujeito, vai com ele até o balcão. aí há a tradicional troca de perguntas óbvias, aqueles gestos que segundo o psicologês significam se você está ou não afins e etc. se estiver, rolam uns beijos e se o tesão bater forte, pode até acontecer uma trepada. mas, isso tudo depois de os dois terem se visto, sentido o cheiro um do outro, checado que ninguém é vesgo ou tem remela ou mau hálito. e por aí vai....no ciberpaquera, os homens ou pelo menos alguns homens resolveram por bem e do aquém do além anunciar que estão com tesão por você e se você topa dar para eles. e isso depois da troca de uma meia dúzia de frases via msn. o cara tem tesão por letras? um tesão ortográfico? bom, a abordagem não é tão explícita assim, mas vêm com aquelas conversinhas se você não está afins de sair naquele exato momento, porque ele está cheio de tesão e foda-se se lá fora cai uma chuva de alagar tesourinhas...aí...fico pensando cá com meus botões. será que esse conversê é eficaz? será que alguma dona topa? como é que pode alguma mulher ficar com tesão por um sujeito tão tosco? mas, devedeser, né, porque a outra possibilidade é que há um surto de emburrecimento nos homens do meu brasil varonil. a outra hipótese é que eu realmente desaprendi. e é assim que funciona nowdays. mas, será mesmo que a alternativa é virar aliviadora de tesão alheio e o pior....sem fazer isso profissionalmente?

domingo, 21 de março de 2010

cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é

hoje é domingo e domingo é dia de jogo. para quem gosta de futebol, entende as regras e torce muito para um time, é sempre uma angústia. eu sou botafoguense. e torço pro alvinegro desde que me entendo por gente. dia desses me perguntaram por que não mudo de time, já que o botafogo costuma me causar enormes dores. respondi que quem troca de time depois de velho devedeter problemas de caráter. e como não é o meu caso, sigo na minha torcida. eu decidi que iria virar botafoguense quando era bem menina. e foi uma decisão complicadíssima, porque naquela época o flamengo era o rei da cocada rubro negra. era o time do zico, júnior, andrade, adílio e aquele horroroso do nunes. o nunes e aquele jogador do palmeiras que tinha um olho em cima e outro embaixo (que eu esqueci o nome) rivalizam no posto de jogador mais feio da história. bom, todos os meus amigos eram flamenguistas e na minha casa, por influência materna, a moçada era fluminense. e eu lá firme. para dificultar um pouco mais a vida da menina, fazia anos que o botafogo não ganhava nem campeonato de purrinha. só perdia. mas, eu não desistia e resistia bravamente a todas as gozações e sacanagens. a vida foi passando. em 1989, nasceu meu primeiro filho - é...quando todo mundo ainda brincava de boneca, eu fazia bonecos. foi em abril que o guri estreou na vida. em junho, mais especificamente no dia 21, era o último jogo do campeonato carioca. na disputa final: botafogo e flamengo. era uma quarta-feira à noite e eu e o bebê estávamos sozinhos no apartamento. o jogo passando na televisão e eu alternando entre a torcida e as mamadas. segundo o google, aos 21 minutos do segundo tempo, o jogador maurício, que vestia a sete, marcou o gol da vitória e do título, depois de 21 anos de jejum. o botafogo havia ficado mais tempo sem ser campeão do que eu tinha de vida. e eu comemorando em casa, sozinha com o nenê no colo. até que o telefone danou a tocar. o meu povo ligando para me dar parabéns. para elogiar a minha persistência. no dia seguinte, um telegrama chegou lá em casa. era do meu avô e no texto um enorme: parabéns!!! o vô só mandava telegrama em grandes e importantes ocasiões. quase morri de alegria. caramba! como as pessoas que me amavam e espero que continuem me amando torceram por mim naquela noite de quarta-feira. o time pode até perder no jogo deste domingo. como diz uma amiga de uma amiga. "nem te ligo, farinha de rosca".

"ser botafogo é garrinchar a vida com a elegância de um nilton Ssantos e as peraltices de quarentinha. é gostar de peleja, vitalidade, capacidade de decidir, autenticidade, batida de limão, filé com fritas, passear na chuva, sanduíche de mortadela, filme de heroísmo, goleiro valente, contrastes intensos; é curar gripe com alho, mel e agrião. na adversidade, o botafoguense não come mel; come abelha para continuar e construir." paulo alberto monteiro de barros  



e vale a pena?

um dos principais dilemas de quem está solteira é o que fazer para cuidar de ter prazer sexual. vamos combinar que este texto é absolutamente conversinha de mulher, porque a turma do xy já resolveu isso muito bem resolvido, sem necessidades de drs, mesmo que sejam drs totalmente individuais. além disso, quando falo de transar, penso basicamente no beijo, no abraço e no cheiro dos dois corpos suados, porque de resto, não é preciso parceria. mas, auto-beijo ainda não foi inventado - e ainda bem que não. muito bom. com isso em mente, volto ao meu questionamento. e aí? o que fazer? na teoria, postulo que em tópicos de amor carnal só não vale o que é ilegal, o que machuca e o que é nojento. o resto tá valendo. mas, ainda assim, esta é uma questão que costuma me deixar encafifada. qual a melhor ideia? vale a pena estabelecer uma posição mais pragmática. ou seja, está afins, manda ver, mesmo sabendo que é o fim pelo fim. lavou tá novo, sem qualquer expectativa de ir comer pão de queijo na padaria na manhã seguinte e receber duas dúzias de girassóis, ou não...se é melhor optar pela auto-suficiência até surgir alguém que você acredite que realmente valha a pena. e como saber quem é este alguém? diante desta dúvida, confesso a minha inveja dos homens. dizem por aí que freud teria assegurado que as mulheres sentem inveja do pênis. como sou uma total ignorante no pensamento freudiano, não sei se esta é mais uma lenda da internet. não tenho inveja do pênis não. mas, este pragmatismo masculino é absurdamente invejável. sem culpa, sem nóias, sem expectativas. o sexo pelo sexo. deve de ser tudodibom!!!!

sábado, 20 de março de 2010

já sei....já sei...vou refletir....

eu custei muito pra ficar pra titia. os incompetentes dos meus irmãos demoraram anos para tomar a sensata providência de produzir descendentes. enquanto isso, os guris aqui de casa iam crescendo, crescendo - aliás, o que eles não param de fazer é crescer. quero ver onde isso vai parar. o resultado desta equação: irmãos lerdos mais filhos alimentados a fermento, é que fazia um tempão que eu não convivia com crianças. nunca mais tinha ouvido pérolas, como: eu consego, mamãe, eu consego - isso quando ele insistia em amarrar o tênis sozinho. ou então: mãe, tem um pidente na porta. ou ainda à pergunta: serviu, lá vinha a resposta: serveu!!! essas são uma migalha das delícias que filhos proporcionam. fala a verdade. tem coisa mais gostosa que aqueles abraços bem fortes que eles dão? ou os olhinhos brilhantes quando te enxergam na platéia de alguma apresentação deles. e a corujice da gente de ver o moleque cantando, ou marcando gol, ou competindo natação? e você lá.....deu um balão no chefe e correu para a apresentação. a alegria do moleque quando ele te acha, é totalmente sem preço. bom. os meninos aqui de casa estão naquela fase que mães não são mais o centro do universo e a mãe se morde de carência e saudade do tempo em que era protagonista. hoje, é bem segundária. mas...para melhorar um pouco a vida, eu ganhei o presente de ser madrinha da minha sobrinhinha. e vez em quando, ela e a mãe despencam aqui em casa para visitar. amo quando a estuporzinha pede para vir pra brasiia..para a casa da tia issa. e como faz isso com alguma frequência, ela já é local. assim, apesar de ser um piolhinho de cobra, anda pela casa inteira, abre e fecha as portas e já sabe que é totalmente proibido mexer nos enfeites, porque a tia issa é brava que nem siri na lata....pelo menos ela acha que é. ou, eu acho que ela acha. na última vez, a mãe da pentelhinha sumiu pela casa e ficamos nós duas sozinhas no quarto. brincamos de pintar unha de vermelho, colocar creme no cabelo, batom, blush. enfim, estávamos virando mulherzinha. só que deu uns cinco minutos na criatura e ela resolveu atirar tudo no chão e lá foi a tia mandando parar e catar o que havia sido espalhado. e a outra só desafiando. pelas tantas: "pega tudo, senta no chão e vai refletir!" "e olha pra mim!" acho que pelo susto, a moleca foi pro merecido castigo. passados os dois minutos - não sei quem inventou que o tempo de castigo tem que ter a idade da criança??? o livre conduto. e não é que a cidadã resolveu repetir a arte e jogar tudo no chão de novo....e antes da bronca, vira, toda cheia de razão: "já sei...já sei...vou refletir..." e se auto colocou de castigo. só restou à pobre da tia gritar por socorro e pedir ajuda aos universitários. como criança é bom!!!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

as duas lindas e loiras depois de terem almoçado e antes de saber que ficariam quebradas....

só faltou a terra tremer

era outubro em brasília. fazia aquele calor tão comum dos outubros em brasília. a cidade, assim como o resto do brasil, estava se preparando para a chegada do verão. aquela minha amiga que vai me levar cigarro quando eu for flagrada em blitz e parar na cadeia, estava em santiago do chile. (aliás, falando nisso, dia desses nós duas fechamos e beirute e eu voltei dirigindo para casa. num é que tinha uma blitz no caminho. fizemos cara de senhoras sérias de meia idade, com uns providenciais oclinhos na ponta do nariz...). bom, voltando ao chile. tava eu aqui de bobeira, quando a outra ligou e chamou: vem passar o fim de semana aqui?! eu tinha uns dois dias de folgas. sempre tenho uns dias de folga e lá fui eu a bordo de um avião da varig. santiago estava tão quente quanto brasília. aí, as roupinhas de verão que eu tinha levado estavam apropriadíssimas. e já que estava quentinho, que tal uma praia no pacífico? qual roupa que se leva pra praia? biquini, chinelo, short e camisetas...como eu sou um pouco, mas só um pouco prevenida - quase nada, na verdade, catei umas duas blusas de manga comprida, uns dois casaquinhos leves e dois pares de meia. lá foram as duas todas achando que eram gente pra praia no pacífico. conosco, um amigo e a namorada russa dele , que chamava olga e detestava pablo neruda. segundo ela, neruda era um big de um machista. na praia, todo mundo na areia de jeans e casaco. a primeira visão foi do carro. quando abrimos a porta, e o vento gelado nos pegou, entendemos o motivo. ah! ventava...ventava....ventava e era um vento daqueles que doem nos ossos de tão frio. bom....não estávamos devidamente trajados para pegar um bronze no sol pacifiquense, então....fomos almoçar, né. vai ver de barriga cheia e uma meia dúzia de copos de cerveja, o frio diminuia. paramos em um restaurante na beira da praia, já perto de viña del mar..a russinha implicava com o neruda, mas era ótima de copo e garfo. e lá veio a conta. ela anunciou que não tinha dinheiro. cada um dos três outros sacaram seus cartões de crédito, mas....o estabelecimento não trabalhava com dinheiro de plástico. foi um tal de catar peso na carteira, no fundo do bolso, na bolsa. felizmente, demos conta de juntar o suficiente para não ter que ir lavar a louça, mas ficamos totalmente quebrados. de short, camiseta e sandalinha, tiritando de frio e duras que nem..... pois é...o google havia nos informado que há um cassino em viña, e que o hotel do cassino era tudo de bom e aceitava cartão de crédito. só que, como disse, estávamos vestidas como quem vai pra praia na bahia. não conseguimos passar nem do moço que abre a porta do carro. o sujeito me olhou de cima em baixo e anunciou: não temos vagas....muito que bom..sem um tostão, mortas de frio e sem hotel. lá pelas tantas, conseguimos um pouso. isso depois de rodar um tantão pela cidade. só que tínhamos que jantar e se de dia tava gelado, imagina a noite. na falta de um casaco e uma calça, improvisamos. mesmo porque, não tinha um raio de uma loja aberta....imagina a cena: as duas de short, blusas de manga comprida, meia e chinelo!!! gente...meia e chinelo é uma combinação forbidden by law!!! mas, traçamos uns mexicanos e enchemos a cara de tequila. lá pelas tantas, estávamos lindas!!!!...é impressionante o efeito do álcool na auto-estima. no dia seguinte...com igual outfit fomos ao cassino. não conseguimos jogar...ninguém nos deu bola. mas, sabe quem nos deu bola...um guarda de trânsito quando estávamos voltando para santiago. ele nos parou e quando soube que o motorista era brasileiro, encasquetou que era proibido usar a carteira de motorista do brasil no chile. tivemos que ligar pro cônsul...porque...senão...tava boa a chance de morrermos de frio no distrito policial...é...só faltou mesmo o chão tremer...o resto....

terça-feira, 16 de março de 2010

i don't love jeri!!!

estavam as duas lindas e loiras em fortaleza. hotel ótimo. na beira da praia. rangos deliciosos, sol, uns paquerinhas..enfim...tudo perfeito. mas nós duas temos problemas e adoramos inventar uma moda. sabe o espírito de porco? pois é. somos as próprias. e como estava tudo muito bem, resolvemos ir para jericoacara. a famosa jeri. como o hotel em fortaleza (hotel dos bons!!!) já estava pago, deixamos lá a maior parte da matula, preparamos duas mochilinhas e fomos nós. pegamos um ônibus no fim da tarde e no começo da madrugada chegamos numa cidade, onde fizemos baldeação. isso significou que trepamos numa tal de jardineira, que nada mais era do que uns bancos de madeira por cima de um trator. por volta de duas da matina chegamos. pergunta se tínhamos reserva em alguma pousada? claro que não, né. lá foram as duas tontas procurar um pouso. uma alma caridosa deu um jeito. e nós, que estávamos num hotel ótimo, fomos dormir numa pousadinha em que as baratas voadoras davam rasantes...mas...tava valendo. a cama tava limpa e o cheiro de mofo não era tão forte... as tontas tinham lido que a pedra furada era linda, mas era pra ir bem cedo, para não pegar a maré alta na volta. o conselho havia sido dado, mas se conselho fosse bom, neguinho não dava, vendia. chegamos na pedra furada lá pelo meio dia. tinha como voltar pela praia? claro que não. o jeito era subir a duna e ir por cima...tinha um moço com cara de quem sabia o caminho fazendo isso, mas as duas são tão fodonas que resolveram pegar uma rota alternativa. duas horas de caminhada embaixo do sol. quando na civilização chegamos, éramos parentes próximas dos pimentões...ensoladas, fomos dormir um pouco. e aí...lá fomos nós pra night. branca que nem neve...e com a cara totalmente entomatada, era a própria gringa...os moços lindos faziam, em inglês, convite para dançar...tava ótimo....e para piorecer, eu tava namorando e tenho mania de fidelidade. night encerrada. rumo para a pousada na torcida para as baratas terem ido dar rasantes em outra freguesia. na manhã seguinte, voltaríamos para fortaleza, onde nosso hotel lindo na beira da praia nos aguardava. acordamos, tomamos café e lá pelas onze fomos pegar a tal jardineira.acha que o P.I já tinha acabado? não....ao lado da minha parceira na espiriticedeporco sentou um moço que de dez em dez minutos anunciava: tomei duas garrafas de ypioca...vou vomitar!! a jardineira tava lotada e só nos restava rezar para que o anúncio não virasse realidade. não virou. na baldeação, a fome apertou, mas quem disse que tinha onde comer? famintas pegamos o ônibus. nas cadeiras ao lado dois americanos, com as mochilas cheias de barrinhas...puxa conversa com os caras....mandei eu. vai ver eles oferecem umas barrinhas....a primeira pergunta da cidadã: do you like george bush?" ótimo!!! mas os moços devem ter achado a gente bonitinha e deram trela. lá pelas tantas ofereceram barrinhas e a tonta (a outra, não eu, que sou igualmente tonta) responde: "no, thanks". como no thanks!!!! tive que intervir e dizer que a gente queria barrinha sim. pelo menos não morreríamos de fome. lá pelas sete da noite chegamos ao nosso hotel na beira da praia do futuro....detestamos jeri...todo mundo adora, mas detestamos....como eu adoro viajar com a kaká!!!!

a grama

lá pelos idos do começo dos anos setenta, a família resolveu deixar o interior de goiás para se agregar à fileira de outros milhares de brasileiros que vieram tentar uma vida melhor na nova capital. brasília estava no meio da adolescência e o homem e a mulher traziam consigo três crianças pequenas. a mais velha tinha acabado de fazer sete anos. por alguma razão da logística familiar, a menina estava dois anos avançada na escola. chegaram no meio do ano, e lá foi a pequena para o colégio novo. mudar de escola é sempre um trauma, e quando a criança vem do interior de goiás, então....muito bom...lá pelas tantas, prova de estudos sociais. e a pergunta: qual a principal produção agrícola do distrito federal? a garota matutou...matutou e o que mais a impressionara naquela cidade nova fora o verde. acostumada com a terra vermelha do interior de goiás, a pequena estava deslumbrada com tanta grama. portanto: a resposta certa era: grama. a principal produção agrícola de brasília era grama. formalmente, a resposta estava errada, mas a professora gostou da ideia da pequena e deu um meio certo. esta menina nunca mais deixou brasília. já sabe que a grama de brasília muda de cor ao longo dos doze meses. vai do verde mais bandeira em janeiro ao amarelo em junho, pro marrom em agosto e ao quase cinza em setembro. depois da longa estiagem, todo mundo jura que o gramado já era. foi pro beleléu! morreu. nada disso. bastam as primeiras gotas de chuva para esverdear de novo. a ex-menina e atual mulher continua sem saber qual a resposta certa para a pergunta feita lá nos anos setenta, mas se alguém repetir o questionamento, sem titubear, ela vai dizer: é grama. a principal produção agrícola de brasília é grama!

domingo, 14 de março de 2010

missa

hoje fui à missa. não porque eu quis, mas fui a um batizado e sabe-se lá por que motivo, a mãe do menininho que ia ser batizado disse que era às dez. bom, quando cheguei, o que acontecia era uma missa. tava lá mesmo e sentei. caramba...como missa é um ritual chato....como não muda...desde que me entendo por gente, quando eu estudava em colégios de freira ou de padres e eu meio que era obrigada a ir a missas, que é tudo igualzinho. senta, levanta, reza, ajoelha, canta, senta, levanta, reza, ajoelha. para piorecer, um pouco. o padre era do tipo esquisito. antes de acabar a missa, no meio de uma pregação, ele pergunta se alguém da plateia sabia fazer site, porque estava atrás de voluntários para fazer o site da igreja...quase levantei o dedinho, só para ver o que acontecia. eu ia interromper o padre para dizer que eu sabia fazer site. antes disso, na hora de recolher dinheiro, o mesmo padre veio com uma conversinha de que temos que ser generosos....então...tá. e disse ainda que não podemos ser meio cristãos. bom, pelo menos esta fala dele teve uma serventia pra mim. será que todo aquele povão que se levantou para receber a hóstia é 100% cristão? porque...olha só...será que todo mundo que estava lá segue à risca o que manda a igreja católica? só transa pra procriar, não mente nunca, perdoa sempre, não cobiça o par do alheio e por aí vai? duvideodó! é...eu ando cada vez mais voyer...coisa feia, dona larissa!!!

o filme não visto

sabe quando você está super afins de ver um filme, mas não rola? não dá certo...você até tenta, mas não dá jeito. o filme que ganhou o oscar não está muito bem na fita aqui em brasília. só está em dois cinemas e o mais perto fica há uns trinta quilômetros da minha casa. mas, já que ganhou o oscar, foi dirigido por uma mulher e etc e tal, lá fui eu. resolvi encarar a distância e prestigiar o guerra do terror. só que parece que a cidade inteira teve a mesmíssima ideia. a fila dava volta e quando cheguei ao guichê, o filme já tinha começado há uns 15 minutos. para não perder a viagem: trinta quilômetros para ir e mais trinta para voltar, fui ver lembranças, o filme com o vampiro do crepúsculo. o google me disse que ele chama robert pattinson e é o novo xodó das adolescentes. confesso que não acho o moço grandes coisas, não. mas se a meninada está tão histérica, vai ver que ele tem seus encantos. acho que é o fato de ser vampiro e bonzinho. porque, vamos combinar: vampiro bonzinho é tudodebom...muito que bem. lá tava eu e um amigo devidamente acompanhados por um mega blaster saco de pipoca prestigiando o filme do vampiro. quando o moço aparece em cena, gritos na platéia. um deles veio de uma pessoa sentada bem na nossa frente. e ela estava das mais entusiasmadas. nas cenas mais animadinhas, ela ia ao delírio. parei de prestar atenção no filme e fiquei vigiando a dona. descobri que não era uma adolescente, mas uma mulher de seus cinquenta anos. e aí, meu amigo, me baixou uma certa inquietação. será que se eu não me casar de novo e chegar aos cinquenta sem marido, eu vou virar adolescente de novo e me apaixonar por mocinhos de cinema? resolvi parar de ter ideias esquisitas que nem essa e voltar a vigiar o que acontecia na tela. enquanto isso, a dona se manifestava e eu ficava mais e mais apavorada....é....preciso sair mais cedo de casa quando quero ir ao cinema.

sexta-feira, 12 de março de 2010

meu urso....

a gente nunca teve cachorro, até o dia em que a família mudou para uma casa. quando isso aconteceu, eu já tinha tomado meu rumo na vida, mas sempre me senti um pouco dona dos cachorros. a primeira nós herdamos dos antigos donos, mas ela tinha o péssimo hábito de fugir e uma tarde deu de cara com um carro apressadinho...ficamos tristes de dar dó. para dar um jeito na tristeza da kaká, eu fui comprar outra cachorra. me encantei com uma cachorrinha cinza, que o moço dizia ser fila, mas ela tinha enormes olhos azuis. era lindinha até. quando eu cheguei em casa com ela no colo, a minha mãe tinha acabado de chegar do mercado e naquele tempo, o leite era comprado em saquinho. tal saquinho caiu no chão, e o líquido se espalhou pela cozinha. a cachorrinha cinza de olho azul não se fez de rogada. lambeu tudo e ficou com a barriguinha tão gorda, que quase ficou maior na horizontal do que na vertical. ganhou o nome de greta. a nossa greta garbo. não viveu muito. um dia comeu veneno jogado por um homem muito mau. um tempo depois, chegou a anabell-lee. herdou o nome da mulher do edgar allan poe, que dizem as más línguas, morreu de tanto sofrer. a bell era uma fila amarela...enorme...linda e boa. nunca entrava em casa, mas de quando em vez fazia das suas..numa dessas, atacou na cozinha o presunto de natal. a minha mãe conseguiu recuperar e dar uma lavada. só soubemos disso, depois da ceia. a bell viveu anos conosco. tava sempre lá no quintal. com a calma e tranquilidade que eram só dela. só tinha um hábito ruim de matar os gatos dos vizinhos, mas só quando eles invadiam o espaço alheio. estávamos de férias em salvador, quando a bell foi pro céu de são francisco. foi câncer. no tempo da bell, uma outra cachorra apareceu lá em casa. era uma rotweiller. e o que a bell tinha de doce, a luna tinha de espoleta. um belo dia entrou no cio e ficou tão doida pra dar que escalou um muro de uns três metros, para ficar de saliência com o cachorro da vizinha. nasceu uma ninhada linda. isso há uns treze anos. mas, logo após isso, a luna resolveu por bem que tinha porque tinha que matar a bell de mordida. teve que ser exilada para outra casa. mas, da ninhada ficou lá em casa um cachorrinho absurdamente peludo, de cabeça grande e muito loiro. obviamente, ganhou o nome de urso. mesmo porque, era o próprio. enorme e peludo. sabe-se lá porque milagre da vida, ele não puxou os genes da mãe. pelo contrário. parecia que nasceu do ventre da anabell-lee. assim como a bell, o urso era um enorme cachorro manso, bom, tranquilo, gentil, protetor. tinha tanto ciúmes de mim que quando algum homem se aproximava quando estávamos no quintal, ele fazia xixi nas minhas pernas. marcava território. há alguns meses que pelejávamos com a saúde do urso. cada hora uma coisa. e a gente lá. brigando contra o que sabíamos ser inevitável, mas que, se dependesse da gente, iria demorar para acontecer. mas, hoje, perdemos a briga e o urso foi pro céu de são francisco. fiz dois pedidos: que o sacrifício fosse lá em casa mesmo e que ele fosse enterrado no quintal. ele sempre morou lá e eu não queria que ele morasse em outro lugar. mesmo porque, eu sei que lá no quintal, ele vai continuar cuidando da gente. obrigada urso!

segunda-feira, 8 de março de 2010

onde pode ficar o coração

"você tem o coração na vagina". a frase não é minha. ouvi, quando assistia a mais um episódio do grey's anatomy. duas das médicas - meredith e cristina estavam chamando a atenção da lexie, que insistia em dizer que o caso que ela estava tendo com um médico era puramente sexual, que não envolveria emoções. só sexo, sem amor, ou paixão, ou, na melhor das hipóteses, sem paixonite. mas, na verdade, nenhuma das três acreditavam muito nesta possibilidade. na possibilidade de uma mulher se relacionar sexualmente com um cidadão, ou seja, transar várias vezes com o mesmo cara e manter a história no estrito campo da satisfação da carne. mas...alguém acredita? alguém conhece uma dona que não se apaixone pelo sujeito depois da terceira trepada? então, será verdade que não apenas a lexie, mas todas nós do sexo feminino temos o coração na vagina? e se isso for verdade? será que é uma questão cultural, já que não fomos ensinadas a sermos dadeiras ou é um aspecto puramente biológico das possuídoras dos cromossomos xx? porque, vejamos. se não tivéssemos o coração nas partes pudendas, talvez teríamos o mesmo comportamento sexual dos donos dos cromossomos xy. porque, para os rapazes é canja de galinha comer a mesma dona um tantão de vezes e manter a relação no seu devido lugar: é só sexo...enquanto isso, a mocinha já estará suspirando pelos cantos...então...vamos fazer este exercício....arrancar o coração das vaginas das moças...o que será do mundo com a mulherada dando sem culpa e sem se apaixonar? uma eterna montanha russa ou um caos?

sábado, 6 de março de 2010

a única vez

nós, mulheres, fomos criadas para nunca tomar iniciativa de assédio ao sexo oposto. bom..não sei como funciona, quando é com o mesmo sexo. mas, com o outro, fomos criadas para que eles sempre tomem a iniciativa e tem mais. dar no primeiro encontro é que nem sentença de morte. pode ficar trincando de vontade, mas não pode. mulher séria não dá no primeiro encontro. se der, pode saber que o sujeito não vai querer saber....tudo bobagem....pois é. assim que fomos adestradas. como já assumi, sou uma analfabeta funcional em paqueras e namoros...mas desta vez eu dei conta. essa história se deu tão antigamente, que nem tinha beirute na asa norte e as blitzen não tiravam o sono de quem frequentava botecos...bom...tava eu na mesa do beirute da 109 sul. uma quarta-feira, com um amigo gay, que aprontava todas. atualmente, ele está numa fase bem família. muito que bem. tava eu lá. em brasília, há o costume de se panfletar em bares. e os panfletadores são, mais ou menos, sempre os mesmos. tava eu lá....beirute...lotadinho de gays e a dona aqui bem sentadinha. até..que um deus para em frente à mesa para deixar um panfleto de uma festa. ato contínuo: comunico ao meu amigo gay que iria dar para aquele cidadão naquela noite. este meu amigo, tão afeito a farras, quase surtou! onde já se viu!!!!!??? pois é...o moço, lindo que nem deus...tava bem parado em frente à escada que dá pros banheiros (quem conhece o beirute, sabe onde). me deu uma vontade enorme de fazer xixi...e lá fui eu. na volta. um pit stop. um oi. uma conversa...mais outra conversa e um convite (do moço). vamos jogar dardo no gate's? sabe quando joguei dardo na vida???? aquela vez...mas respondi pro moço lindo do panfleto que adorava jogar dardo. deixei meu amigo gay na mesa e lá fui eu. pra minha sorte, naquela noite os meninos estavam dormindo na casa do pai. foi hard acertar a pontaria no dardo, mas a noite foi divina. tudo que eu sei é que ele era médico e morava em porto velho. por que mesmo que alguém mora em porto velho? foi a única vez que assediei...

quinta-feira, 4 de março de 2010

uma cartilha, peloamordedeus!!!

dia desses me peguei fazendo as contas. desde quando eu sou um ser que namora, o que começou lá pelos 16 anos, eu passei mais tempo casada ou namorando do tipo firme, do que solteira. quase sempre tinha um gajo enganchado em mim. muito que bem. qual foi o resultado disso? eu desaprendi a paquerar. simplesmente não tenho mais a menor ideia de como paquerar um cidadão, responder a uma paquera ou simplesmente, deixar rolar. pra começar...a minha miopia está voltando. devagarinho, mas voltando. e aí, é um risco enorme as tais paqueras em ambientes de penumbra. para dificultar um pouco mais, quando vou a botecos, geralmente é com amigos e eu, simplesmente, não me toco que é também pra paquerar! vez em quando até reparo num moço olhando, mas aí me distraio com a conversa boa da mesa...e me esqueço da paquera. obviamente que o cidadão desiste. e falar as coisas certas! gente!! já até perdi as contas dos moços que espantei por falar bobagem. ou cobrar demais na hora errada. ou cobrar de menos nas horas certas. ficar estabanada quando recebo um elogio. uma vez, um cidadão me disse que queria me ver mais vezes, mas que precisava de um tempo para se ajeitar na vida. não me fiz de rogada. mandei andar!! e o pior é que era um sujeito que eu iria gostar de namorar. e quando eu invento de ter ideias....aí que dana tudo mesmo. namorar, então, é ainda mais custoso. como é que namora? tem que ligar todo dia? tem que se ver todo dia? posso sair com meus amigos na boa? quando que posso dar pro sujeito? na primeira saída? na quinta? e o que fazer quando o sexo não é dos bons? explica o que eu gosto? vou fazendo para ver se o cara entende? mas, no meio de tanta confusão e de tanto analfabetismo nas disciplinas paquerar e namorar....pelo menos há uma coisa boa. eu percebi...depois de levar umas lambadas, o meu mais precário analfabetismo no assunto e como sou uma pessoa que gosta de aprender....vamos que vamos...mas....já vou avisando...como em qualquer processo de aprendizagem...erros haverão ou háinvernão!!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

realizar

eu odeio esta palavra: realizar. tomei uma birra mortal, porque de uns tempos para cá, realizar serve para substituir qualquer outro verbo. a missa foi celebrada? claro que não. no jornalismo moderno e preguiçoso, vira: a missa foi realizada. o projeto foi votado? óbvio que não. o que sai é: realizada a votação. dá vontade de morrer e de matar quando leio ou escuto. acho a máxima da preguiça de um jornalista. comparado a quando escrevem: além e também. e coisitas do gênero. mas....se não gosto da palavra, eu gosto do verbo. gosto de realizar.eu sou do tipo de pessoa que tem prazer em trabalhar. vai ver porque tive a sapiência (palavrinha mais chique!!) e a sorte de ter escolhido uma profissão que me permite divertir enquanto faço coisas. e eu faço....eu invento o que fazer, quando os "to dos" não aparecem sozinhos. eu acho o processo de criação simplesmente impagável. primeiro vem a ideia do que fazer. depois como fazer para fazer. feito, como montar, o que deve ser pensado para se chegar a um produto diferenciado.são dois os principais tesões neste processo todo. um: fazer a minha criatividade funcionar. convencer o tico e o teco a promoverem sinapses eficientes. dois: sair envolvendo o resto do mundo. gente!!! qual a música que fazia sucesso em 1984? gente!!! o getúlio foi eleito por qual partido, mesmo? esli, nós temos o cd do zé renato? deve de ser uma chatice...né. deve de ter uns que pensam: lá envem a pentelha!!! por que mesmo que ela não procura no google? na verdade, eu procuro, mas é que eu gosto quando as outras pessoas se envolvem. aí, um par de explicações: sou uma carente profissional e preciso de atenção vez em quando. mais. o mais importante é que as opiniões, as ideias alheias são sempre bem-vindas e foi muito bom ter aprendido a trabalhar em grupo. foi em grupo que concluí ontem o especial: o homem da cidade onde os sinos falam – os cem anos de tancredo neves. ficou bom e só ficou bom por causa do cézar, do rodrigo, do andré e do pedro. muito obrigada a vocês!!!!
É muito bom viajar com a Kaká!!!

anonimato

ser ou não ser anônimo! podia o não ser!

terça-feira, 2 de março de 2010

o perdão

tá lá no dicionário. perdão. substantivo masculino. livramento de pena, ofensa ou dívida. indulto. remissão de culpa (perdão dos pecados). ação pela qual alguém se livra da obrigação de cumprir um dever por interveniência de quem deveria exigi-lo. diz o chico buarque: te perdôo porque choras, quando eu choro de rir. te perdôo por te trair. e segundo são francisco: é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado. o perdão é para mim o mais difícil dos sentimentos. vai ver eu sou um ser pouco evoluída, ou sou revoltadinha, ou porque não acredito na vida eterna, ou..sei lá, eu. mas, o fato é que não acredito no perdão. e quando falo perdão, me refiro ao que realmente importa. nada de bobagens. uma vez, quando eu estava grávida, uma colega de trabalho transformou a minha vida em um inferno na terra. o nível de maldade era tanto, que virava e mexia, o menino queria nascer antes da hora. acabou nascendo e fez um pit stop na uti neonatal. mas, apesar de toda a judiaria, eu entendia que a raiva da moça vinha do fato de não me perdoar por eu ter assumido um posto, que antes era ocupado por ela. mas essa compreensão não foi nem é suficiente para eu perdoa-la. o mal que me causou quase foi enorme. lógico que na vida real, nem penso nisso. nunca mais vi a dona. mas tá lá. o não-perdão. e quando se é traída? sabe quando você é absurdamente apaixonada por um sujeito. morre e vive por conta do cidadão e aí...um belo dia...tchan!!!! num é que o cabra tinha não só uma, mas uma renca de amantes? e aí...depois de muita lavagem de roupa suja, muito bate-boca, muito choro...enfim..todo aquele cardápio de dores de amores, o cidadão insiste que te ama, apesar de ser testicocéfalo, e que vai andar na linha e te pede uma chance de retorno de jedi. e aí, dana tudo, porque eu acho mais fácil continuar amando o filhodaputa em questão, do que perdoa-lo. e....já que o tal do amor continua lá, você fica com o sujeito. mas, e o perdão? você, de verdade, fez a remissão da culpa? agiu que nem são francisco? ou, na verdade, a mágoa, a raiva, o ódio e a dor continuam bem lá. bem escondidinhas para do aquém...do além!!!! a verdade, verdadeira é que eu queria dar conta de perdoar de verdade, mas...para piorecer um pouco mais, acho que esta limitação não é só minha!!!

sindicalizada?

a gente ouve todo tipo de bobagem nesta vida, né! quantas e quantas vezes, a gente está absurdamente puta da vida e com muita razão de estar e explode e aí vem o comentário engraçadinho: coitada....tá com tpm!!! é estourar ou apenas perder a paciência, que logo vem esta conversinha...como se mulher não pudesse ficar irritada, apenas porque ficou de saco cheio. e tem também aqueles comentários que de tão machistas chegam a ser escrotinhos: quem gosta de homem é viado, mulher gosta de dinheiro. ou: mulheres e homens não podem ser amigos, sem se relacionarem sexualmente. outra besteira. podem e são e vez em quando, se quiserem, dão uma trepadinha e continuam bem amigos. bom...mas o que eu acho que os homens não entendem bem é o tal sindicato das mulheres. quase todas nós somos totalmente filiadas a ele e vez por outra assumimos papéis relevantes na diretoria. e como age este sindicato? simples. protegendo as mulheres dos homens. quer um exemplo? lá vem seu amigo, arrasado, porque a dona que ele estava namorando deu uma escapadela básica. a reação da sindicalista é de bate-pronto: se ela te traiu, foi porque você fez alguma coisa com ela! vai ver não estava comendo ela direito, ou dando pouca atenção....nem adianta ele explicar que é um santo e que ele que é seu amigo e que você ou nem conhece ou implicava com a moça. a culpa é sempre dele. a moça deu um ataque histérico: culpa dele. a moça deu uma bofetada no moço. pode saber que alguma ele aprontou para merecer e não me vá ele querer revidar, porque aí que o sindicato vem babando em cima do sujeito!!! e meu amigo! mulher sindicalizada não é fácil de encarar, não. e por que o sindicato? muito simples. quase 100% das vezes nós somos mesmo as vítimas, daí a necessidade de uma entidade de classe (discurso puramente panfletário de liderança sindical). é claro, que como todo e qualquer movimento de classe, há exceções. quando o acontecido envolve a namorada do filho, ou do irmão, ou a segunda mulher do pai ou a atual namorada do ex-marido. aí, há uma, digamos, relativizada nas ações. é isso aí, rapaz!!! o sindicato tá aí e vira e mexe a categoria entra em greve!!!