sexta-feira, 12 de março de 2010

meu urso....

a gente nunca teve cachorro, até o dia em que a família mudou para uma casa. quando isso aconteceu, eu já tinha tomado meu rumo na vida, mas sempre me senti um pouco dona dos cachorros. a primeira nós herdamos dos antigos donos, mas ela tinha o péssimo hábito de fugir e uma tarde deu de cara com um carro apressadinho...ficamos tristes de dar dó. para dar um jeito na tristeza da kaká, eu fui comprar outra cachorra. me encantei com uma cachorrinha cinza, que o moço dizia ser fila, mas ela tinha enormes olhos azuis. era lindinha até. quando eu cheguei em casa com ela no colo, a minha mãe tinha acabado de chegar do mercado e naquele tempo, o leite era comprado em saquinho. tal saquinho caiu no chão, e o líquido se espalhou pela cozinha. a cachorrinha cinza de olho azul não se fez de rogada. lambeu tudo e ficou com a barriguinha tão gorda, que quase ficou maior na horizontal do que na vertical. ganhou o nome de greta. a nossa greta garbo. não viveu muito. um dia comeu veneno jogado por um homem muito mau. um tempo depois, chegou a anabell-lee. herdou o nome da mulher do edgar allan poe, que dizem as más línguas, morreu de tanto sofrer. a bell era uma fila amarela...enorme...linda e boa. nunca entrava em casa, mas de quando em vez fazia das suas..numa dessas, atacou na cozinha o presunto de natal. a minha mãe conseguiu recuperar e dar uma lavada. só soubemos disso, depois da ceia. a bell viveu anos conosco. tava sempre lá no quintal. com a calma e tranquilidade que eram só dela. só tinha um hábito ruim de matar os gatos dos vizinhos, mas só quando eles invadiam o espaço alheio. estávamos de férias em salvador, quando a bell foi pro céu de são francisco. foi câncer. no tempo da bell, uma outra cachorra apareceu lá em casa. era uma rotweiller. e o que a bell tinha de doce, a luna tinha de espoleta. um belo dia entrou no cio e ficou tão doida pra dar que escalou um muro de uns três metros, para ficar de saliência com o cachorro da vizinha. nasceu uma ninhada linda. isso há uns treze anos. mas, logo após isso, a luna resolveu por bem que tinha porque tinha que matar a bell de mordida. teve que ser exilada para outra casa. mas, da ninhada ficou lá em casa um cachorrinho absurdamente peludo, de cabeça grande e muito loiro. obviamente, ganhou o nome de urso. mesmo porque, era o próprio. enorme e peludo. sabe-se lá porque milagre da vida, ele não puxou os genes da mãe. pelo contrário. parecia que nasceu do ventre da anabell-lee. assim como a bell, o urso era um enorme cachorro manso, bom, tranquilo, gentil, protetor. tinha tanto ciúmes de mim que quando algum homem se aproximava quando estávamos no quintal, ele fazia xixi nas minhas pernas. marcava território. há alguns meses que pelejávamos com a saúde do urso. cada hora uma coisa. e a gente lá. brigando contra o que sabíamos ser inevitável, mas que, se dependesse da gente, iria demorar para acontecer. mas, hoje, perdemos a briga e o urso foi pro céu de são francisco. fiz dois pedidos: que o sacrifício fosse lá em casa mesmo e que ele fosse enterrado no quintal. ele sempre morou lá e eu não queria que ele morasse em outro lugar. mesmo porque, eu sei que lá no quintal, ele vai continuar cuidando da gente. obrigada urso!

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