domingo, 30 de setembro de 2012

foi por medo...que segurei a sua mão

do mesmo tanto que gosto de viajar, morro de medo de avião. até disfarço, faço cara de paisagem, coloco o ipod gritando no ouvido...quem vê nem diz que a passageira da poltrona 20f está em pânico total. mas, como sou uma viajadeira e do tipo que quando vai de carro fica perguntando...quanto tempo falta para chegar? falta muito? onde a gente está? o jeito é envelopar o medo e fazer de conta que não apenas os passarinhos voam, mas também os aviões. aí, enfrento com galhardia..mas, toda santa vez que piso meus dois pesinhos 36/37 em uma aeronave, tenho a mais absoluta certeza que o avião vai cair e vou morrer na queda...nunca caiu..aliás, o máximo que já aconteceu foram umas turbulências mais nervosas...ainda assim, juro que deste voo eu não escapo...na sexta, morta de sono, vinda de uma semana mal dormida e com o coração batendo um tanto descompassado, me vi num avião...loguinho, loguinho me veio a ideia maléfica, má que nem a cruela cruel, que iria me estatelar no chão...e como loucura pouca é bobagem, fiquei imaginando quem choraria minha morte...os que me amam muito, acho que sofreriam, mas fui além...como será que aquele moço que eu desconfio que gosta muito de mim iria reagir? o meu lado otimista (sim, ele gosta) respondia que o gajo iria sofrer pra burro...já o pessimista (não, ele não gosta) me dizia que o sujeito iria jogar as mãos para os céus e agradecer por eu ter ido cantar em outra freguesia!!! e os que não me suportam? como será que receberiam a notícia? e os meus 115 ouvintes? sentiriam falta da taquara rachada? avião não caiu...nem pulou, nem me assustou..nem nada...que nem gaivota...e no domingo...tudo de novo!!! e nem havia um lindo ao lado para eu segurar na mão!!!

sábado, 15 de setembro de 2012

as cartas apaixonadas

não sou uma pessoa de muitos ídolos. o chico é um com certeza, mas não sou muito de me apegar..nunca fiz parte de um fã-clube. as vezes que peguei autógrafo foi mais pela graça, pela arte do que por paixão pelo artista...mas, apesar desse meu distanciamento de ídolos, há uma pessoa que eu adoro. adoro, admiro e quase que invejo a figura que foi frida khalo. me encanta a coragem que ela teve diante a vida. ontem mesmo conversava sobre a diferença entre uma vida grande e uma vida longa..virar quase uma tartaruga é uma vida longa, mas nada garante que foi uma vida grande...a da frida foi curta, marcada por dores intensas, por perdas enormes, mas ela decidiu que nem a precariedade física, nem a impossibilidade de se lambuzar nas delícias da maternidade, ou as idas e vindas do amor seriam suficiente para ela apequenar a vida. e lá foi frida khalo...pintando, escrevendo, amando, sonhando, se colorindo, sentindo prazer, dançando, fazendo amigos, bebendo, vivendo grandemente....nessa minha enorme admiração, por diversas vezes, apanhei brigas com diego rivera. ficava bravíssima de o sujeito infligir ainda mais dor na frida...será o benedito que não percebia que as dores já eram grandes demais da conta? tão enorme que segundo ela própria: "a única coisa boa é que estou começando a me acostumar a sofrer". o sofrimento estava lá..todo dia..toda hora, mas a mexicana se virava e fazia da vida uma vida grande...comprei agora pouco cartas apaixonadas de frida kahlo e fiz a feiúra de começar a ler na mesa do lanche, com amigas junto...até que uma me chamou a atenção - totalmente coberta de razão...mas deu tempo de ler uma carta enviada por frida para diego e a correspondência acaba assim: "toda esta raiva simplesmente me fez compreender melhor que eu o amo mais do que a minha própria pele, e que, embora você não me ame tanto assim, pelo menos me ama um pouquinho - não é? se isto não for verdade, sempre terei a esperança de que possa ser, e isto me basta....ame me um pouco...eu adoro você".