quarta-feira, 7 de setembro de 2011

morre, não...

esse texto é um apelo..tô aqui escrevendo para o senhor da vida e da morte - que aliás nem acredito que exista - mas de qualquer forma, é esse o destinatário desse texto. se você existe, é com você mesmo que estou falando....se você decide quem tem e quem não tem o direito de viver....me ouça...não mate o doutor socrátes agora, não...sabe o que é?? eu acho..acho, não. tenho a certeza que ele merece ficar mais tempo por aqui. nunca ouvi falar de o doutor ter feito qualquer maldade...ah!!! ele é alcoolatra...grandes coisas, né!!! tanta gente por aí que não põe uma gota de álcool na boca e faz tanta feiúra...já alguns dias que estou incomodada com esse papo de o doutor estar doente. tô achando a menor graça. qualé, meuirmão!!! que bobagem! hoje, aqui em casa, em meio a rodadas de cerveja e eu enlouquecida com os ouvidos grudados no rádio, estávamos falando das copas do mundo mais tristes das nossas vidas. sem dúvida alguma, a minha foi a de 1982. eu tinha a certeza mais que absoluta que o doutor iria erguer a taça naquela copa. não tinha time melhor do que o nosso. éramos os deuses do olimpo!! até hoje não entendo como perdemos aquele jogo no gramado do sarriá...aquilo não foi coisa razoável.....não ornou...não foi adequado!!! tudo errado!!! então, senhor da vida e da morte...vamos combinar!!! quebra o galho, vai!!! ele perdeu a copa...merece ganhar agora!!! tá combinado???

quarta-feira, 20 de julho de 2011

as desventuras na terra do tango

cinco diárias do plano de viagem sobrando mais a mania que tenho de sempre passar meu aniversário em viagem. combinação perfeita. mas, onde ir? deu vontade de rever a terra do tango. convidei o lucas. ele topou. o andré não me deu bola. a sorte estava lançada. eu e lucas e  a primeira vez que o menino sairia do país. confesso que bateu um certo estresse. cuidar sozinha de filho em outras paragens me assusta, mas....na verdade..não foi só eu quem cuidou....as artes começaram antes mesmo do embarque. a sônia inventou de pintar minhas unhas de azul. para agradar ela, deixei. há uma semana que estou com as mãos de spicy girl....simplesmente não consigo reconhecer minhas mãos como minhas....no embarque para buenos aires, um momento de tensão. a tonta da moça da gol só nos deu o cartão de embarque do trecho brasília-são paulo....o resultado foi uma correria em guarulhos para conseguir pegar o outro avião...mais tarde, percebemos que nem precisávamos correr. vôo atrasado em uma hora...bom...chegamos no fim da tarde, dia de jogo: argentina e uruguai (esse é meu time desde a copa). eu e lucas num boteco jantando. tv ligada e los hermanos torcendo apaixonadamente. eu lá...na minha torcida silenciosa por forlan, loco e cia. partida ganha...caminha...manhã gelada e lá vai eu muito exibida contar pro lucas que ia usar a minha bota forrada comprada na frança...metida! gabola!! me achando!!! duas meias e a bota..saio toda pimpona e me gabando de que tinha pés quentes e ele de tênis. cinco quarteirões do hotel e um barulho de durex sendo puxado. era o solado da bota...desgrudou...lá fomos nós dois de volta pro hotel. eu só com um pé de bota....tive que sair de tênis. o dia seguinte amanhece chuvoso e gelado. odeio chuva. resolvemos conhecer o shopping de buenos aires e andar de metrô. tudo certinho. na volta, precisava ir ao banco e a chuva apertando....logicamente que o lucas estava protegido e eu virando um monte de roupa molhada. paramos numa venda e comprei um guarda-chuva vermelho. não durou duzentos metros. o vento não era para sombrinhas de dez pesos. e agora? lucas achou uma banca que vendia ponchos (são aqueles sacos de plástico enormes para proteger da água). o problema era que só havia amarelo ou rosa. escolhi o amarelo. parecia um enorme saco de lixo...todo mundo lindo e chique na calle florida.....dei um jeito de me livrar da minha fantasia de reciclável. comprei uma jaqueta vermelha (imitava as da ferrari). lá pelas tantas, uma dona me perguntou se eu era corredora de automóvel. - não, né! sou só uma brasileira sem roupa elegante pra chuva . fomos para casa....o outro dia passou tranquilo..em compensação, na quarta-feira...decidimos caminhar do hotel (centro da cidade) até o cemitério da recoleta. passeio tranquilo.  nenhum tropeção. uma coisa! adoro ir a cemitérios antigos. morro de medo das estátuas....na saída, comprei uma coca light e tive a grande ideia de guardar na mochila (onde estavam todas as minhas coisas) a garrafa com o resto do refrigerante...muito que bom! lá pelas tantas, fui ao banheiro...goteira no meu pé. "que porcaria de banheiro que tem goteira!!" olhei direito. a goteira vinha de mim. a garrafa tinha furado e a mochila virara um grande copo de coca. tudo molhado!! uma bagunça!!! mas, o jeito era achar graça. mais caminhada..fomos até o jardim japonês. volta de táxi..chegando no hotel..ida ao banheiro e banho. duas torneiras. uma de água gelada e outra de água fervente. uso a privada e lá vai eu pro bidê. abro a torneira errada! dei um pulo! água fervente jorra no banheiro. não sabia se ria ou chorava de dor....vira o lucas, depois de ouvir a história: ô, mãe!!!

domingo, 15 de maio de 2011

fazendo as malas

poucas coisas na vida me dão mais prazer do que pegar a estrada. aí é uma metáfora mesmo, porque odeio viajar de carro ou de ônibus! eu adoro viajar. amo andar por ruas até então desconhecidas. acho um deslumbre sentir os cheiros das outras paragens. ver novas caras. ouvir outra língua. me deslumbrar com as belezas que estão espalhadas pelo mundo. amanhã, uma nova viagem. nem preciso dizer que estou feliz que nem pinto no lixo. tô que nem cachorrinho quando a gente dá confiança..que nem criança com o autorama novo! eu fui mãe muito nova. somado a isso, eu era estudante quando botei um moleque no mundo e...por consequência, pobre de marré de si. viajar com menino pequeno sem dinheiro é praticamente impossível. ainda mais quando é uma mãe do tipo responsável. o resultado é que demorei a colocar a perna no mundo. custei a descer o são carlos, pegar o bonde e partir. mas quando a vida melhorou um pouco...lá fui eu!! meu primeiro destino internacional depois de gente grande foi nova iorque. me lembro até hoje dos preparativos. a gente não tinha cartão de crédito internacional...hotel barato...passagem aérea em companhia low price!! mas, nem te ligo farinha de trigo! lá fomos nós! tava vendo há pouco os retratos dessa jornada. imagina a cara de uma pessoa feliz! era a minha!! andava pelas avenues e streets que nem uma princesa! tudo era lindo!!! dinheiro acabando??? lindo!!, mas ainda dá para comprar mais um brinquedo para os meninos? tomar café da manhã na escadaria da igreja para não pagar o café do hotel?? lindo!! ir entas vezes a strawberry fields?? beleza!! quase morrer de encantamento ao ver cats?? divino!! ver a bela e a fera de um lugar esquisito e mais barato?? ô!! bom demais!!! depois dessa vez, eu não parei mais. virei uma viajante...até brinco que antes eu comprava sapatos, hoje eu economizo para viajar!! a mala está quase pronta..bebo uma stella artois para comemorar...amanhã, eu volto a colocar o pé na estrada...big apple, vou te ver de novo!!!

domingo, 27 de março de 2011

o veet

essa história eu ouvi contar. achei boa e pedi licença para escrever sobre ela. muito que bom. a personagem principal é uma mulher que está no final dos quarentas. menopausa batendo à porta e anos e anos de desilusões amorosas. é uma gata escaldada dos maus feitos masculinos. essa combinação fez com que a moça ande meio pouco animada com as aventuras com o sexo oposto. vive dizendo que cansou da brincadeira. quer outro tipo de vida. não quer mais saber das dores de amores. as amigas atormentam. falam que ela é linda - e é - um pedaço de mau caminho e que tem mais que aproveitar que não precisa mais de um provedor, já que está com a vida arrumada e filhos criados, para namorar horrores. ela resiste, porém. mas, dia desses sucumbiu aos humores da carne. resolveu que era uma boa hora para dar vazão aos desejos reprimidos. em bom português: tava doida para dar!!! muito que bom. conheceu um moço legal e depois de mais de uma noite: ela é de família, não sai dando na primeira saída..convidou o sujeito para subir no apartamento. clima foi esquentando. aquela quentura que dá e foram parar no quarto. só que um dos efeitos do fim da menstruação é um certo ressecamento nas partes íntimas. para garantir o sucesso dos namoros, as mulheres dessa idade costumam ter no quarto um lubrificante a base de água. mulheres de outras faixas etárias também têm a pomadinha, mas para outros propósitos. bom, a moça largou o moço devidamente instalado na cama e foi ao banheiro pegar a pomada mágica. só que a luz estava apagada e para não estragar o clima, ela decidiu não iluminar o recinto. no toque achou a pomada e pimba...lubrificou as partes. só que ela errou! não pegou o lubrificante, mas o tubo do creme de depilação. resultado: uma ardência desesperada. o tal depilatório tem a função de derreter os pelos. imagina o efeito disso nas partes íntimas! noite arruinada, o moço devidamente despachado e a mulher mais uma vez na dúvida! será mesmo uma boa ideia voltar a namorar?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

quem é essa mulher?

não dá outra. mesa com mais de duas mulheres, na casa dos quarenta anos, em algum momento a conversa descamba para o tema amantes e os mal-feito dos homens. acho que qualquer mulher depois dos vinte já viveu a experiência de ter tido a vida dividida com uma outra dona. não sei se com os homens é a mesma situação, mesmo porque os meninos não são muito afeitos, pelo menos não com nós meninas, a temas que tratem de traição. admitir que a mulher tem ou teve um amante significa reconhecer a cornitude...e sei bem que xingar de corno é grave, muito grave. mas, de volta às moças. tem sempre uma ou mais de uma na roda que se separou, ou perdoou o homem que deu uma pulada de cerca...bom, o que me encafifa é saber quem é a tal amante...quem é essa mulher que topa se relacionar com um sujeito ou casado ou namorado de alguém??? bom...matuto sobre o que eu acho de um relacionamento...para mim, só compensa me envolver com um sujeito, entregar meu coração de bandeja, se for para compartilhar a vida. isso significa que eu quero e espero que ele esteja ao meu lado. curta a noite comigo, ou torça para o glorioso, ou pelo menos providencie para mim um rivotril nos dias do jogos..viaje comigo, me ajude nos perrengues, segure a minha mão quando a vida ficar muito difícil, dê risada junto..comemore a vida!!! enfim, o meu homem há de ser efetivamente companheiro e isso não é possível quando se é amante. nunca o fui, mas acredito que a essas mulheres caibam as sobras. o tempo que sobra...como mesmo que alguém se satisfaz com o resto, ora bolas? outro aspecto me incomoda ainda mais. a amante ou já está ou eventualmente (ou certamente) vai causar dor em outra mulher. por que diabos alguém causa mal ao outro ser, por que acha bom, e de propósito, causar um sofrimento que pode ser enorme??? um dos grandes medos que eu tenho é de acidentalmente matar ou machucar outrem com gravidade. a amante sabe da dor que ela vai produzir e nem isso faz ela recuar. bom...especulações fora a parte, eu definitivamente não consigo entender quem é essa mulher que ao mesmo tempo que fere é muito ferida....qual será mesmo o propósito???

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

e a vida, é bonita, é bonita e é bonita!!!!

eu costumo brincar que no meu túmulo vai estar escrito: aqui jaz alguém muito contrariada!!! eu sou do tipo de gente que gosta muito de viver. acho bom. acho divertido. acho gostoso. até quando a vida está ruim, eu acho que está ótimo!! mesmo porque, como dizia a minha avó: "pior do que está não fica, então há de melhorar!!!" para a minha sorte, a saúde é muito boa. quase nunca fico doente e quando fico é, geralmente, uma bobagem. mas, como nada é totalmente perfeito, desde meus 16 anos que brigo com caroços no peito. foram muitos e muitos sustos. três cirurgias, umas oito biópsias...o meu médico da mama, que é um fofo, além de mega blaster competente, já me trata que nem parte da família...bom..há 15 dias, entrei na faca mais uma vez. o caroço deixou de morar em mim, mas começou o angustiante período de espera pelo resultado da biópsia. porque quem é carocento sabe que muito pior do que entrar na faca é a expectativa pelo malfadado resultado. por duas semanas, a cabeça grita seis letrinhas de uma palavra dissílaba: c â n c e r!!! de uma hora para outra, essa preocupação que está a anos luz do cotidiano passa a ser uma realidade. e se eu tiver doente? e se eu morrer aos quarenta? e se eu não puder ver meus netos, bisnetos e trinetos? se eu não puder levar meus filhos até o altar? não puder brigar com minhas futuras noras e sair para a balada com os netos adolescentes? e a grécia que eu não conheci? como é que fica? e aquele vestido preto que não está servindo atualmente, porque eu fiz o favor de engordar, mas que já estou tomando as providências para que ele volte a entrar? eu quero vestir esse vestido ainda mil vezes...quero amar muitos outros homens....sofrer de amor!! sentir borboletas no estômago...me apaixonar enlouquecidamente!!! o resultado saiu e não é dessa vez que vou ter que mudar de vida...aliás..como eu percebi nesse fim de ano, cada dia é um ano novo e a vida...é bonita...é bonita e é bonita!!!!!

ps: copiando o meu querido xico almeida, a minha senha é de número 6.789.543.908.230....

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

era tão mais fácil namorar!!!

essa conversa eu vi em uma comédia romântica. amo comédias românticas razoavelmente inteligentes. as com a drew berrymore geralmente são jóia. em compensação, eu fujo das estreladas por jennifer aniston (ex-friends e ex-brad pitt) e pela ex-médica do grey's anatomy, katherine heigl. e pode ir por mim. geralmente são filmes medonhos de ruins e olha que eu gosto muito de filme ruim. mas, voltando à vaca fria, o diálogo eu vi no filme ele não está tão a fim de você. como deixa claro no título auto-explicativo, é a história de moças às voltas com moços que não estão afins, apesar de elas estarem loucas por eles..bom..é que nem figurinha repetida. quem de nós não passou por isso? se o sujeito não liga no dia seguinte, apesar de você ter sido a rainha da simpatia, ter ficado linda de arder e ainda ter dado pro cidadão (quebrando a regra universal de que isso é proibido por lei!); se o sujeito não quer se casar com você; se o sujeito só dá notícias quando está precisando de um favor, é batata: ele não está afins e pronto e acabou...bom, mas a cena que me deixa encafifada até hoje é a tragédia que os novos meios de comunicação significam mais as moças namoradeiras. me lembro que quando eu namorava, lá pelos final dos oitenta e começo dos noventa, a minha ansiedade era chegar em casa e saber se o moço tinha ligado na minha ausência e deixado recado. ele também podia ter aparecido, mas eram só essas as alternativas. recados no portão ou no telefone fixo. muito que bem...a mocinha do filme estava reclamando do tanto que isso é complicado hoje. vejamos...além do fixo, temos que checar no celular (chamada ou sms), nas muitas redes sociais (orkut, facebook, twitter), no msn e nos muitos e-mails. eu tenho quatro e-mails diferentes...o sujeito pode mandar mensagem para qualquer um deles. isso significa que para eu saber se ele está afins ou simplesmente não está, tenho que verificar onze lugares possíveis. pode ser que  surpresa seja boa e o cidadão tenha dado o ar da graça. mas pode ser que nem e aí são colecionadas onze decepções. rejeitada onze vezes por um mesmo cara....agora, vamos ser francas...e falando a verdade...não era muito mais fácil antigamente?...ai..ai...pobres moças...

bater tambor

eu sou péssima e auto-suficiente até o talo. acho que dou conta de resolver tudo sozinha. nunca mostro para o mundo minhas dores. posso estar sofrendo que nem cachorro que caiu do caminhão da mudança e não consegue achar a casa, que não passo recibo. tenho como lema de vida que a dor é minha e não de mais ninguém e eu que trate de cuidar dela sem atormentar o público pagante e o não-pagante. devo ter vivido uma das maiores dores do mundo há alguns anos quando me separei. fiquei mal que nem o pica pau. sofri...doeu...chorei horrores...até pensei em me machucar para ver se eu substituia a dor no peito por uma dor no corpo. foi do tipo de dor que a pele dói. nunca antes tinha sentido dor na pele até esse período. pois é. poucas, muito poucas pessoas ficaram sabendo do que eu estava passando. para o resto do mundo, lá estava eu: linda e ruiva. poderosa, gostosa, boa profissional, e pegando moços mais novos e sexualmente eficientes. a regra era, porém, não se empolguem rapazes que desse mato não sairia coelho de jeito algum. a quase única ajuda que eu me permitia era a terapia e eu justificava para mim mesma: já que eu estou pagando, ela (a terapeuta) podia me ouvir. levei broncas homéricas, mas não me emendei. no meio do ano passado, vivi uma experiência um tanto punk de saúde. nada que iria me matar, ou contagioso. nada disso. mas foram pelo menos dois momentos de muita, mas muita dor. e, eu...muito auto-suficiente (queria falar fodona, mas me censurei!!) fui parar sozinha, dirigindo, numa mesa de cirugia, sem anestesia...doeu...doeu...e eu lá...sem ter uma mão amiga para segurar ou, pelo menos, uma carona para me levar em casa....e olha que não é por falta de para quem recorrer. na semana passada, um susto. o médico dos peitos resolveu que  o caroço com o qual ele implicava há uns três anos devia ir cantar em outra freguesia. consulta na terça e extração do dito-cujo na quinta. só que dessa vez, eu resolvi ser diferente e bati tambor. contei para meio mundo o que ia acontecer. falei dos meus medos de o tal caroço ser do mal. usei a rede social para dar up-date da minha recuperação aos amigos. e qual foi o resultado dessa mudança de atitude? eu me senti acolhida. eu dei às pessoas a oportunidade de elas se manifestarem e elas o fizeram. tive colo. tive cuidado. recebi afeto. recebi carinho....claro que tem sempre um bobo que não deu bola....bolo ele...mas, sendo totalmente franca e grata..valeu muito a pena ter quase atravessado a sapucaí tocando meu bumbo..aprendi....

sábado, 5 de fevereiro de 2011

velha??? quem??

nascida e criada no planalto central do país, sou um ser do cerrado. a praia mais próxima deve estar a mais de mil quilômetros. a distância, porém, nunca foi um impedimento para eu ver o mar com bastante frequência e do mesmo jeito que eu detesto cachoeiras, rios e lagoas, eu amo o oceano. não entro em água doce gelada de jeito nenhum, mas encaro de boa a frieza do mar. basta ter sol para me esquentar. mas, nem esquenta muito. sou branca de marré de si..ardida de tão branca e, definitivamente, não é pro meu bico ficar lagarteando ao sol. uma brincadeira dessa sempre resulta em pele esturricada e insolação. perdi a conta das vezes que fiquei tremendo de frio à noite por conta dos excessos. hoje aprendi..ficar deitada na canga não é pro meu bico..então, o que eu faço no mar? basicamente: eu pulo ondas..posso ficar horas na água...até virar chá...pulando e furando ondas...sem cansar...de quando em vez, erro e me vejo devidamente encaixotada...aí..é pé prum lado, biquini pro outro...uma tragédia...mas me ajeito e lá vou eu de novo...porque tem mais...eu acho um saco de gato pelado praia que não tem onda...ou só aquelas ondinhas de meia tigela..pra mim..mar de responsa é com ondas...nada havaiano...bem mais modesto que isso, mas com ondas....essa é uma brincadeira de décadas e os anos passam e eu continuo amando. nessas últimas férias, lá estavam eu, minhas irmãs e a criançada na folia do mar..e lá pelas tantas veio a conversa: até quando vamos brincar de furar ondas? a conclusão chegada é que pararemos, quando velhas ficarmos e quando isso será??? espero que muito longe de agora...nessa semana, para tentar me esquentar do ar condicionado polar da firma (estava batendo o queixo de frio), fui fumar no sol. lá pelas tantas, me aparece um homem puxando conversa..um cidadão de seus cinquenta e poucos, mas com uma cara de tão cinquenta e poucos....um sujeito tão velho...me baixou um desespero, que fugi para o pólo sul da minha sala. entre a paquera e a friagem, escolhi a segunda....mas, aí bateu outra nóia...muito que bem!!! cheguei aos quarenta, então tava bom de eu achar graça nos moços de cinquenta. afinal das contas, aos 16, ficava com os de 26...aos 19 me casei com um de 29 e por aí vai...a lógica, então...só que só de pensar nisso, meu corpo retesa...não...não...e não. logo em seguida, porém, vi uma foto do cineasta maurício farias no globo, com a informação que ele tem 50...só que o moço estava de jeans, tênis e camiseta!!! eita!!! ele também deve pular ondas, ou pegar ondas!!! isso significa que mais gente de 40, 50 ou 60 também ainda pula ondas...ufa!!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

to change or not to change

é só mudar um vaso do lugar ou ainda pendurar num suporte a mangueira que serpenteava pelo chão que serão três noites de sono tumultuado. aparentemente, não há qualquer relação entre as ações, mas aqui em casa é assim. vivem no quintal duas criaturas adoráveis, mansas, brincalhonas e sociáveis, mas absurdamente destrambelhadas e barulhentas. são um tanto parecida com a dona da casa. mãe e filha. cara de uma e focinho da outra. a mais nova é maior, mais alta e a que mais faz alarde. os nomes têm explicação. frida em homenagem à brava e corajosa pintora mexicana. e chica por conta do chico buarque de holanda. quem deu os nomes é muito fã dos dois. bom, a principal autora dos alardes é a homônima do cantor. quem nos dera se ela latisse afinado. não..um latido alto e incansável. ela não se cansa de gritar. só se cala quando de madrugada um de nós pula da cama e prende a desinfeliz no canil pequeno. tem que ser no pequeno. nem adianta colocar no outro. mas, o que tanto aflige a chica? mudanças! a chica simplesmente abomina mudanças! detesta quando os objetos trocam de lugar e mais aflita ainda fica quando um elemento novo surge no planeta quintal. a vida só fica mais tranquila, quando o mais velho aqui de casa pega a cachorra no colo e sai apresentando as novidades. a chica entende aí que a mudança não é pro mal. que tudo vai ficar que nem antes, apesar do muro estar agora mais alto e a planta mais florida. o auge do desespero da cachorra se deu durante as obras no quintal. as pilhas de tijolos assustavam mais do que qualquer vampiro...as madeiras no canto eram piores do que lobisomens e as montanhas de terra e areia, então...eram mais verdadeiros poltergaistes. vendo o desespero da chica, me toco do tanto que temos dificuldade de lidar com as novidades. o atual é, mesmo que ruim, às vezes, conhecido e nos dá conforto. mas, nunca sabemos o que há de vir. talvez por isso, que temos tanto medo de mudar. recusamos ofertas de empregos, nos acomodamos em casamentos falidos, não trocamos de casa, ou de cidade, ou de país. o medo do desconhecido é maior. como diz uma canção que eu gosto: eu fui, que fui ficando...só que às vezes é, que nem acontece aqui no quintal, apenas um vaso novo, ou uma mangueira que agora fica no alto. as mudanças podem e geralmente são para melhor. e só tentanto para saber...ah! e a grande vantagem é que se não der certo, é quase sempre possível um retorno de jedi. o vaso volta pro canto de origem e a mangueira a se arrastar pela terra. mas, pelo menos, vou saber que tentei!!!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ao filho de capricórnio

quando penso em uma foto do meu irmão, me vem a mente um retrato, que deve ser de 72 ou 73, em que um menininho muito loiro está sentado, com carinha de total bezerrinho manso, brincando na água. a família estava em um balneário no interior de goiás. não tenho a menor ideia de onde é, mas me recordo muito de que lá tinha areia movediça..e eu fiquei em total pânico de tropeçar e ir parar no japão. não brincava muito com esse bezerrinho. somos muito diferentes em vários aspectos e essas distinções nos afastaram nos primeiros anos das nossas vidas. ele sempre foi mais sossegado. ficava horas e horas lendo ou brincando sozinho. enquanto isso, eu me perdia na vida. subia e descia de árvores, corria pelas ruas, jogava bola. eu era um moleque e ele um pensador. aliás, sempre pensei o tanto que foi e continua a ser dura a vida desse menino. ter duas irmãs como as dele não deve ser uma tarefa das mais fáceis. são mandonas, autoritárias, barulhentas, briguentas, encrenqueiras. ele é pacato, da paz, tranquilo. imagina crescer espremido entre essas duas. mas, ele sobreviveu. virou gente grande. pai de familia, pagador de contas. tem até doutorado - não é a toa que ele lia sem parar, enquanto eu molecava! continua, porém a ser um bezerro manso. hoje, por conta do tamanho - é um boi manso. com o tempo, a gente foi ficando um pouco mais parecido. quem mudou fui eu. fiquei mais tranquila. nunca mais subi em árvore ou corri no gramado que nem uma labradora desembestada. leio mais. aliás, preciso confessar que ficava irritadíssima quando me tocava que o menino mais novo era muito mais lido. tratava de ir atrás do prejuízo, mas era dificílimo!! ele lia enciclopédia e isso eu não conseguia. viramos muito amigos depois de gente grande e criamos o péssimo hábito - aliás compartilhado pelos três bortoni dias - de dar pitaco na vida do outro...a gente se mete horrores. os namorados e namoradas sofrem de monte...me lembro uma vez que já na unb - sim teve uma época que nós três estávamos lá - que eu estava bem na sala de aula e a mais nova me aparece correndo na porta, para que eu fosse com ela até o ceubinho evitar que o boi manso continuasse a pegar a mocréia, mais mocréia da corja. nem demos bola para os argumentos do moço. a feinha foi deletada....pois é..a gente se mete nesse ponto, mas a gente se ama e a gente se cuida. eu tenho a mais completa certeza que eu posso contar com esse meu irmão sempre que preciso. e nesse dia de são sebastião, fiquei pensando em quem é esse homem. como descreve-lo. sem ser bajuladora - o que não sou de jeito nenhum, mas a palavra é bom. o filho de capricórnio é um homem bom!

continuo sem querer virar gêmeos.....

A DORIS DAY E EU
Veríssimo


Me lembrei do que o Groucho Marx disse sobre a Doris Day, “Eu a conheci quando ela ainda não era virgem”. Para os nascidos ontem: Doris Day foi uma cantora e atriz que simbolizou uma era no cinema americano em que ninguém dormia com ninguém. A não ser que estivessem casados, e assim mesmo em camas separadas. Doris era uma boa cantora, apesar de uma voz tão melosa que podia ser comida com panquecas. Como atriz, foi a prototípica mulher da época, segundo Hollywood. Moderna, emancipada – mas antes do casamento, nem beijo de língua. Groucho a conheceu no começo da carreira, cantando em boates de segunda e disposta a fazer qualquer coisa para entrar no cinema. Sua virgindade ainda
estava por vir.

Guardados os devidos contextos, estou me sentindo um pouco Doris Day. Você deve ter lido que os mapas astrais estavam todos errados. Não foram ajustados de acordo com variações no eixo da Terra, ou coisa parecida, o que significa que estamos nos guiando por alinhamentos de astros que já mudaram de casa há muito tempo. O zodíaco como nós o conhecíamos está superado. Nossos signos são outros. Descobri que eu, por exemplo, não sou mais Libra. Agora, como a Doris Day, sou Virgem!

Eu deveria ter desconfiado. Há muito tempo que minha vida supostamente regida pelo símbolo da balança não correspondia às previsões astrológicas para os de Libra. Os encontros que mudariam a minha vida (uma loira? um mestre espiritual? o Eike Batista?) não aconteciam. Minha personalidade também não fechava com as características típicas de um libriano. Eu, um falastrão, amante de esportes radicais e pagode? Devia haver algum engano. Pois o engano foi descoberto. A relação da Terra com o cosmos estava desfasada. Ninguém estava mais no seu signo original, só não sabia. Para pegar o exemplo mais a mão, eu levava uma vida de Virgem mas buscava orientação em Libra. Não podia dar certo. Impossível imaginar quantos buscaram um destino equivocado baseados no que lhes dizia uma astrologia obsoleta. E agora? Processar quem?

Quanto a mim, só resta me acostumar com a virgindade retardada.

Chega pra lá, Doris.

domingo, 16 de janeiro de 2011

o colchão e a largada

já há algum tempo que tenho brigado com o meu colchão. ele decidiu não ser mais confortável e deixa as minhas costas absurdamente doloridas. machuca tanto, que eu prefiro dormir menos do que gostaria para me livrar da dor. como ando muito sem dinheiro na caixinha, enrolei até uma hora mais favorável monetariamente para fazer a troca. o momento foi ontem. dia bom no cartão de crédito. só vou pagar a fatura em fevereiro. apurei com amigos onde se compra colchão e aprendi que há uma rua de colchões em brasília. essa cidade tem a mania de ter ruas específicas - farmácias, luminárias, botecos e agora aprendi que tem a dos colchões. a manhã de sábado me recebeu com uma leve ressaca resultado das estripulias da madrugada. mas estava decidida. tomei banho, engoli uns dois remedinhos para dor de cabeça, mastiguei um pedaço de pudim de leite para repor a glicose. pronta para empreitada. antes de sair de casa, medi o colchão atual. era bom eu saber o tamanho do meu futuro companheiro de noitadas. medidas anotadas...na primeira loja aprendi que por uma razão que ignoro completamente, a cama não é de um tamanho padrão. não é a normal, nem queen, nem king! muito bonito, para eu aproveitar a cama, que eu aprecio muito, teria duas opções: ou fazer um colchão, ou comprar um maior e mandar reformar. a segunda alternativa ficava mais em conta e o moço prometeu que não haveria problemas. deu o preço do reformado. achei caro, e aí o vendedor veio com a conversinha que a gente podia negociar...e eu lá quero negociar? quero saber quanto custa de verdade e em quantas vezes eu posso dividir. com o preço anotado, fui pesquisar (afinal, estava na rua onde há umas seis lojas de colchão!) na segunda, o moço jurou que a reforma destrói o colchão. tinha que mandar fazer um. ah, tá! e quanto é? uns quinhentos reais mais caro do que o primeiro orçamento. mas, eu também podia negociar...juro, que naquela altura eu já estava ficando um tanto irritada!!! quanto custa, meu? ficou umas duzentas pilas mais barato, e eu teria ainda direito a um edredom e dois travesseiros...e eu lá saí de casa para comprar isso??? quero um colchão. tomei o rumo da terceira loja. expliquei o que queria, e uma moça de uns quarenta, com sotaque muito esquisito e uns cinquenta quilos além do peso, me atendeu. expliquei meu problema e ela garantiu que não teria problema algum com a reforma, mas fez a pergunta da manhã! olha, para o seu peso e tamanho, recomendo o colchão d-33. qual o peso e altura do seu marido? aí danou-se...nem estava afins de contar pra mulher de fala engraçada que estou na minha terceira fase de solteirice. não tem marido no momento. marido-less. mas, como colchão é para durar por algum tempo e eu torço para que até a morte súbita do meu amigo de noitadas, algum outro amigo esteja dividindo o espaço, comecei a matutar qual seria a melhor densidade do colchão. tinha uma tabela na loja. para os moços altos, mas magros - até uns noventa quilos, o d-33 estava perfeito. no entanto, mais do que isso, o melhor é o d-45. e agora? o que decidir? apostar que o futuro vai me reservar um moçoilo tipo sílfide, ou virá um fortão? cheio de músculos, enorme, bem alto...mas, o magro pode ser do tipo intelectual. além do mais, o d-33 era uns duzentos reais mais barato, segundo o orçamento mais honesto que recebi naquela manhã. a vendedora, provavelmente porque queria me passar o mais caro, explicou que o d-45 era o mais apropriado..não faz mal para os magros e aguenta o peso dos peso-pesados. acabei aceitando o conselho. confesso, porém, que foi um tanto complicado comprar o colchão do meu futuro marido, sem ter a menor ideia de quem será!!! dura a vida das largadas dos maridos...

sábado, 15 de janeiro de 2011

coragem

tenho medo da valentia. os muito valentes vão embora mais cedo e deixam por aqui um bando de desamparados. pelo menos isso é o que aconteceu comigo. por outro lado, tenho uma verdadeira fascinação pela coragem. costumo dizer que ética e honestidade são obrigação. todo mundo tem que ser correto,e se pautar pelo o que é certo. mas ser corajoso, é virtude. acho que vem daí minha admiração pelo josé dirceu...não sei qual é o envolvimento dele no tal mensalão, mas admiro profundamente a maneira como eu lidou com a situação. ele bem podia ter renunciado, como muitos fizeram, mas foi até o fim. quem sabe um dia ele vai ser julgado....sou um ser razoavelmente corajoso. não a ponto de colocar minha vida a risco, mesmo porque sou do time descrente de tudo e sei que, como dizia vinícius, a vida é uma só e eu que trate de ficar por aqui...mas, outra coragem que me motivou a escrever. estou detonada com a tragédia no rio de janeiro. fico imaginando o desespero pré-morte dos soterrados. você está bem dormindo e em segundos toneladas de terra te soterram. sem tempo para reagir. sem tempo para se despedir. sem tempo para pensar no que vai ficar....mas, me encafifou a cena da senhora sendo içada por uma corda....a coragem dessa mulher é notável...a vontade de ficar viva admirável. e a coragem do moço que a salvou, então...penso que ele nem sabia quem era aquela pessoa. foi movido pela simples vontade de salvar...a coragem de se colocar em risco em prol de outro ser. acho que uma única morte, já é morte demais...imagina mais de 500 vidas perdidas...corajosa foi aquela mulher que não se soltou daquela corda...corajoso aquele moço, que também não largou a vida da desconhecida...minha mais profunda admiração pelos dois e vida bem longa a eles....

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

bonitim

ele é tão bonitinho, mas tão bonitinho, que às vezes só olhar para ele me deixa muito feliz..pena que ele nem percebe!!! ô moço bobo!!!!