domingo, 30 de janeiro de 2011

to change or not to change

é só mudar um vaso do lugar ou ainda pendurar num suporte a mangueira que serpenteava pelo chão que serão três noites de sono tumultuado. aparentemente, não há qualquer relação entre as ações, mas aqui em casa é assim. vivem no quintal duas criaturas adoráveis, mansas, brincalhonas e sociáveis, mas absurdamente destrambelhadas e barulhentas. são um tanto parecida com a dona da casa. mãe e filha. cara de uma e focinho da outra. a mais nova é maior, mais alta e a que mais faz alarde. os nomes têm explicação. frida em homenagem à brava e corajosa pintora mexicana. e chica por conta do chico buarque de holanda. quem deu os nomes é muito fã dos dois. bom, a principal autora dos alardes é a homônima do cantor. quem nos dera se ela latisse afinado. não..um latido alto e incansável. ela não se cansa de gritar. só se cala quando de madrugada um de nós pula da cama e prende a desinfeliz no canil pequeno. tem que ser no pequeno. nem adianta colocar no outro. mas, o que tanto aflige a chica? mudanças! a chica simplesmente abomina mudanças! detesta quando os objetos trocam de lugar e mais aflita ainda fica quando um elemento novo surge no planeta quintal. a vida só fica mais tranquila, quando o mais velho aqui de casa pega a cachorra no colo e sai apresentando as novidades. a chica entende aí que a mudança não é pro mal. que tudo vai ficar que nem antes, apesar do muro estar agora mais alto e a planta mais florida. o auge do desespero da cachorra se deu durante as obras no quintal. as pilhas de tijolos assustavam mais do que qualquer vampiro...as madeiras no canto eram piores do que lobisomens e as montanhas de terra e areia, então...eram mais verdadeiros poltergaistes. vendo o desespero da chica, me toco do tanto que temos dificuldade de lidar com as novidades. o atual é, mesmo que ruim, às vezes, conhecido e nos dá conforto. mas, nunca sabemos o que há de vir. talvez por isso, que temos tanto medo de mudar. recusamos ofertas de empregos, nos acomodamos em casamentos falidos, não trocamos de casa, ou de cidade, ou de país. o medo do desconhecido é maior. como diz uma canção que eu gosto: eu fui, que fui ficando...só que às vezes é, que nem acontece aqui no quintal, apenas um vaso novo, ou uma mangueira que agora fica no alto. as mudanças podem e geralmente são para melhor. e só tentanto para saber...ah! e a grande vantagem é que se não der certo, é quase sempre possível um retorno de jedi. o vaso volta pro canto de origem e a mangueira a se arrastar pela terra. mas, pelo menos, vou saber que tentei!!!!

Um comentário:

  1. Aproveitando Calvin: É difícil saber o que é importante na vida. Nós não notamos o que é pequeno demais e não estamos preparados para o que é muito grande.

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