domingo, 28 de março de 2010

a minha nova vizinha

pode parecer ridículo, provavelmente é totalmente ridículo, mas eu morro de medo de coruja. e tenho uma boa razão para isso. há um tempão, quando eu ainda morava no apartamento, o meu irmão, que assim como eu, trava uma guerra sem fim com a balança, largou lá em casa um potinho com remédio para emagrecer. era daquelas fórmulas malucas entupidas de anfetamina, que os médicos malucos gostam de receitar. era um domingo e o potinho insistia em me encarar. daquele jeito....me abre....toma um remedinho...você vai miraculosamente ficar vinte quilos mais magra em trinta minutos. era que nem o gênio da lâmpada, que iria atender a três desejos meus. não resisti e um comprimido desceu garganta abaixo. isso, apesar de eu ser careca de saber que o meu corpo simplesmente detesta esses remedinhos que mexem com o cabeção. muito que bom. era domingo e eu tinha que levar o tony tornado para passear. lá fomos nós e a medida que ia caminhando pelo eixão (para quem não sabe é uma rua bem largona que corta brasília) a droguinha começava a mostrar ao que veio. o asfalto estava ondulando - subia...descia..., eu completamente tonta e o pobre do tony meio desentendido. até que no meio da minha viagem anfetamínica, duas corujas daquelas que fazem ninho no chão resolveram atacar a mim e ao tony. e eu, lá, completamente doidona e as corujas futucando a minha cabeça e tentando pegar o pobre do cocker. tá certo...se eu não fosse maníaca com dieta eu não ia estar alucinando e daria conta de me defender, mas não deu. o resultado da peripécia é que fiquei com uns furinhos no couro cabeludo e com pavor e pânico de coruja. só que de uns dez dias pra cá, uma amiga desta coruja que me atacou resolveu ser minha vizinha aqui em casa. na primeira vez que eu a vi, ela estava almoçando um calango na viga da garagem. isso quando eu tinha que pegar o carro. quase perdi a hora de bater o malfadado ponto. ontem, lá tava ela toda...toda na antena da televisão e hoje, em pleno domingão à tarde, o telefone tocou e eu fui atender. onde que ela estava? bem na janela da sala...e olhando pra mim com aqueles olhões de coruja. simplesmente não passei perto da janela, até que ela resolveu voar. mas continua por perto, porque toda hora eu ouço o grito corujal. muito bom...acho que ela gostou da vizinhança e quer ficar por aqui. é uma coruja do mst, na tentativa de invadir meu latifúndio improdutivo. acho que vou ter que apelar para a kátia abreu. ah! e não me venha você lembrar a musiquinha do vinícius: corujinha..corujinha..que peninha de você...peninha uma ova!!! eu não quero ser vizinha da coruja!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário