segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

the maiden by the lake

era uma vez uma dama que vivia a beira de um lago. era uma dama que tinha tomado uma decisão na vida: nunca mais amar. o coração havia se partido de um jeito, que ela resolveu dar uma pausa nesse sentimento. tal resolução foi das mais doídas, porque a dama da beira do lago tem mania de amar e quando amando, ela é uma pessoa muito mais feliz...mas a vida estava assim...os moços...pobres moços não tinham qualquer chance..quando a dama percebia que havia possibilidade de quebra no compromisso do não amor, ela dava um jeito de se afogar no lago e nunca mais voltar. até que em uma madrugada, a dama, que naquela noite estava mais para a vagabunda (no espírito "a dama e o vagabundo'), entendeu que era chegada a hora. a dama da beira do lago decidiu que estava na hora de voltar a amar. simples assim.. depois de anos, ela se deparou com um sujeito que valia a pena. um homem que era amável.  a esse homem o mais profundo agradecimento e gratidão. a fez amar de novo e assim ser mais feliz. mas ao contrário da dama da beira do mar, a da beira do lago não pretende se encerrar em um sepulcro no reino próximo. ela não quer ir a lugar algum. apesar da teimosia de ser ainda mais feliz, a dama da beira do lago sabe bem que nem sempre a vida lá fora é a vida lá fora..ainda assim, ela vai teimar.. o futuro? o que há de ser? ah! ela não sabe não!! espera ele chegar!!





Annabel Lee

                                  Edgar Allan Poe




Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

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