sexta-feira, 21 de maio de 2010

bobagem

tudo bem que depois de uns anos, eu fui ficando mais cínica e mais cética. ainda tenho muita fé no homem e na bondade que o homem tem. mesmo porque, se eu não crer no homem, vou acreditar em que? domingo passado, li um texto da bel kutner em que ela fala das dificuldades de ser ateu. ela tem razão. é complicadíssimo. até atrapalha na hora de arrumar namorado. conheço o moço e lá pelas tantas, vem a pergunta: qual a sua religião? não tenho religião, é a resposta. o cidadão não se dá por satisfeito, e insiste, mas você acredita em deus? não, não acredito, é a resposta. aí...o climão se instala. até parece que eu disse que tenho frieira, ou herpes, ou tenia solium no cérebro. mas, lá pelas tantas, o moço volta ao tema: mas, você (eu) ainda é nova e tenho a certeza que você vai passar a acreditar em deus. e mais, se o nosso namoro der certo, eu vou te levar pro rumo do senhor. mal sabe o rapaz que naquele momento, o namoro que não existia ainda, estava natimorto. bom. como disse, acredito no homem, mas tem umas coisas que acho de uma bobagem tão estúpida. tão absurda, que até dá vontade de dar uma voltinha lá pelo alasca, para não ter que ler jornais, nem ver televisão ou ouvir rádio. a bola da vez é o tal projeto ficha limpa. alguém reparou nas fotografias, que senadores cheios de processos nas costas estavam na noite da votação com um adesivo no terno, defendendo o projeto? pois, é. tavam lá. todos pimpões. quase os 81 senadores votaram a favor. sabe por que tanto apoio? porque é ano de eleição e a imprensa brasileira resolveu por bem que o ficha limpa é a salvação da lavoura e quem mesmo que tem coragem de bater de frente com a jornalistada? além disso, peloamordedeus, alguém acredita mesmo que esse projeto vai limpar a política brasileira? olha só. não pode concorrer o cidadão condenado por um colegiado de juízes. no caso dos políticos da esfera federal, o tal colegiado é o pleno do supremo tribunal federal. quanto tempo mesmo que o stf leva para julgar um processo? hoje mesmo, o supremo condenou um deputado a seis meses de prisão. só que o crime está prescrito desde 2004. então...o deputado vai ficar livre, leve e solto. que tal parar de brincadeira e levar a sério. tem jeito de dar uma limpada na política? deve ser que tenha, mas passa a hora de pararmos com a ingenuidade do fim da corrupção. esse é um fenômeno que existe em todo e qualquer canto. enquanto estou aqui martelando nas teclas, um mundo de gente está por aí, matutando um jeito de dar uma roubadinha. mas, ainda assim, há umas providências muito mais sérias que o tal ficha limpa que podem ser tomadas. que tal estabelecer o financiamento público de campanha? é um ponto final na promíscua relação entre candidatos e doadores e que tal reduzir ao mínimo o número de funcionários que são contratados sem concurso público? quantos e quantos escândalos têm como origem essas duas questões? além disso...o que fazer para a justiça ficar mais ágil? há um projeto de código de processo penal adormecido no senado há uns seis meses...e por que não votam? porque quem quer a justiça mais ágil? vai ver só o cidadão de bem!!!

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