terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

a lógica

eu tinha uns oito anos ou nove, quando arranjei meu primeiro namorado. até ganhei anel de compromisso. ele era e ainda é português e morava em um bloco na frente do meu. por algum motivo da natureza (porque a gente era pobre de marré de si), lá em casa tinha televisão colorida. era enorme...e a tv foi o cupido. toda tarde, o paulo - esse era e ainda é - o nome dele - aparecia lá em casa e pedia para ver "tulevisão". e ficávamos os dois vendo o sítio. quantas e quantas vezes nós viajamos na história do monteiro lobato!! e depois, a gente encenava. eu, com a cabeça coberta que cachos, era a narizinho. mas o que queria mesmo era ser a emília. namorei o paulo português um tempão, até que mudamos de quadra e de escola e depois fui morar um tempo fora de brasília. só voltei a vê-lo uns anos atrás, mas foi esquisito. bom...o paulo e a família dele (era uma renca de menino) foram os únicos portugueses que conheci. até que fui para portugal. sempre achei e continuo achando, preconceituosas as piadas de português. mesmo porque, como goiana que sou, também já fui e continuo a ser alvo de piadinhas acerca da inteligência dos meus conterrâneos. mas...voltando aos portugueses, num é que algumas procedem? estávamos eu e o mau sentadinhos no bonde, com o mapa aberto na nossa frente. (totalmente turistas.) era umas cinco da tarde, nem estava gelado e a gente pensando no próximo programa. queria ir ao oceanário (que, aliás, não fui - em compensação passei pela rua que chamava "pedido a santo antônio - chuta o que eu pedi?). a gente estava procurando no mapa onde ficava o tal oceanário e tentando descobrir como chegar lá - qual bonde, metrô, charrete, ônibus pegar e conjecturando até que horas o big aquário ficaria aberto. na nossa frente, estava sentado um senhor, e fui perceber depois, que estava com os ouvidos na nossa conversa. lá pelas tantas, o senhor me levanta do banco dele e meio que me chamando de burra aponta para o mapa das paradas do bonde em que estávamos para dizer que aquele não ia para onde a gente queria ir. meio que indignada e meio que achando graça, eu respondi que sabia que não era aquela a linha, e acrescentei que o que queríamos mesmo era saber se valeria a pena ir, se o aquário estaria aberto. aí que danou tudo mesmo. o senhor - muito bravo - me disse que mapa não informa o horário de funcionamento das coisas e para saber isso eu tinha que ir até lá e ler a placa que ficava na porta....ora...ora...pois...pois....

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