sábado, 10 de abril de 2010

eu aceito...

não é fácil. uma amiga está se separando. e está naquela fase de negação. naqueles dias logo pós-separação, nos quais a gente jura de pés juntos que nunca mais na vida. nem que a vaca tussa. nem que o mundo caia, que a expressão: eu aceito, será repetida. para que casar, se tudo que a gente precisa é de uma trepada semanal e de um alguém para nos levar para jantar fora, também uma vez por semana? a felicidade com um parceiro pode ser resumida nessas duas ações: sexo semanal e companhia à mesa. no simples e bom esquema cama e mesa. a grande vantagem, segundo o raciocínio dessa minha amiga, é que desse jeito a interferência de um na vida do outro é mínima. e assim, cada um é dono do seu respectivo nariz e conduz a vida como bem desejar. e todo mundo fica mais feliz. muito bom...fiquei matutando. a lógica é perfeita. só que à medida em que a separação vai deixando de doer, a gente vai fazendo as pazes com o amor, a solidão dos sábados à noite começa a bater, a lógica vai perdendo um pouco da sua lógica e o casamento volta a ser visto com olhos mais generosos. e aí...calha de surgir na vida um alguém que a gente tem vontade de jantar junto mais do que uma vez por semana. que você não quer chutar da cama ainda na madrugada. e...o risco de o eu aceito ser repetido é enorme. aí me peguei pensando numa vantagem de ser casado. eu tenho um problema de hipotermia. se eu tomo banho mais para frio, quando o tempo está igualmente frio, o meu corpo começa a tremer descontroladamente. quando eu estava casada, quando a sessão mal de parkinson começava, eu adorava ser abraçada e ter o corpo esfregado com mãos quentes. ter um alguém para te esquentar quando até a alma fica com frio é um bônus do eu aceito. só não tenho certo ainda se paga o ônus!

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