terça-feira, 13 de abril de 2010

praga de filho

dia desses, tava eu resmungando com os meus botões e apenas com eles que nunca mais na vida eu ia namorar um sujeito interessante. melhor. nunca mais ia namorar, porque pelo menos até então, só tranqueira tinha dado o ar da graça. e eu ainda não me convenci da máxima erasmocarliana que eu preciso de um homem para chamar de meu, mesmo que seja qualquer um. tô, pelo menos, por enquanto, achando melhor ficar só do que mal acompanhada. pois é. tava lá eu rezingando. morrendo de pena de mim mesma. mas, sabe-se lá porque cargas d'água o estupor do meu filho ouviu meus lamentos. e o sujeito é tão disgramento, que ao invés de me consolar e me encher de beijo. falar que sou uma mãe linda, conservadíssima, magra, gostosa e inteligente, o moleque solta essa: não vai arrumar namorado nunca mais mesmo. quis saber o motivo. ele explicou que o problema é a minha idade. segundo o desinfeliz, todos os homens de 40, os quais eu devia estar beijando, não vão me dar a menor bola, porque eles estão de olho nas moças de 20. O mesmo valeria para os homens de 50, 60 e 70. me restariam os de 80. mesmo porque esses não enxergam mais direito, porque se a vista tivesse boa, eles também iam preferir as de 20. muito que bom. aí, perguntei pro moleque o que será da minha vida amorosa. ia questionar também qual ia ser meu futuro como ser sexuado, mas não é um assunto dos mais apropriados para se ter com um filho. imagina se ele resolvesse me contar como é que ele faz. na verdade, prefiro acreditar que o mancebo é  que nem um anjo nesse quesito. no alto da sabedoria, me explicou que a alternativa mais viável pro meu problema são os moços entre 22 e 35 anos. só que, de acordo com ele, esses rapazes provavelmente teriam uma certa dificuldade de estabelecerem comigo conversas pelo menos razoáveis. e, eu teria que ouvir: eu adoro mulheres experientes, sem mandar o bobo ir, então, comer a respectiva mãe. e o pior é que eu já fiz isso algumas vezes. é ouvir: eu adoro mulheres experientes, para eu mandar comera mãe. mesmo porque, não sei de onde tiram que eu sou experiente. experiente em que, exatamente? em suma. o meu filho me rogou uma praga. nunca mais na vida ir comer pão de queijo de manhã na padaria junto com o moço que me fez feliz durante a noite. tô cabreira. será que praga de filho, pega?

Nenhum comentário:

Postar um comentário