quinta-feira, 24 de junho de 2010

na escuridão

estávamos as duas em fase pós-separação. ambas na faixa dos vinte e muitos quase trinta ou trinta e poucos. enfim, com muita vontade de ter um para chamar de seu. a mais nova descobriu primeiro o maravilhoso mundo do cyber encontro. uma belo dia, ligou toda animada dando conta que tinha descoberto um site no qual era possível achar gajos dispostos a nos arrancar da solteirice. não botei muita fé na brincadeira. mesmo porque, eu estou longe de crer na existência de um par perfeito. mil vezes os imperfeitos, os gauches na vida, os pouco convencionais. bom, mas era uma quinta à tarde e eu liguei: vamos beber? não posso, respondeu de pronto..tenho um encontro com um moço lindo que conheci na internet. como é que você sabe que ele é lindo, se você não viu o cidadão? ele mandou uma .jpg por e-mail e é lindo, inteligente, alto e gostoso. então, tá, né. diante de tal curriculum vitae, só me restou convidar outra amiga para a sessão pré-coma alcóolica. e tava eu bem no boteco, dando risadas, quando me toca o celular. olha! em cinco minutos, você me liga e diz que houve um acidente e que você precisa de mim, com urgência. ué, mas o moço não é lindo, inteligente, gostoso e perfeito? liga em cinco minutos, porra!! tá bom! tá bom! liguei e em 15 minutos, lá tava ela bem aboletada ao meu lado no bar. o cyber namorado era o oposto do que contara e mostrara na fotografia. e para piorar, a conversa era péssima e exalava um cheiro que não podia ser considerado dos mais agradáveis. mas, nego não se emenda e tenho que confessar que nós, mulheres, não somos as criaturas mais espertas do planeta, quando o tema em pauta é o sexo oposto. a amiga que já estava ao meu lado no bar e que acompanhou toda a conversa, resolveu que com ela seria diferente. afinal, né! o raio não cai duas vezes. conheceu um moço lindo, inteligente, alto e gostoso no mesmo site. mas, jurava de pés juntos que o desfecho seria outro. comprou roupa e sapatos novos (de saltos altíssimos), esticou o cabelo com escova, passou rímel e lá foi ela se encontrar com o quase desconhecido. bom, aqui em brasília, há um bar que chama bar do mané - rei das codornas, especializado em pescoço de peru. essa minha amiga é fresquíssima. adivinha onde ela foi parar?

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